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Os quadrados de aparência moderna da Microsoft

Chris Nuttall

San Francisco (EUA)

  • Reprodução

    De olho no mercado móvel, Microsoft lança smartphones Kin

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O sistema operacional Windows Phone 7 representa um verdadeiro desafio para os sistemas e telefones rivais da Apple e do Google.   Para uma empresa que está recomeçando do zero sua estratégia para telefonia móvel, a aparência simples de blocos de construção da tela home do Windows Phone 7 é uma metáfora visual adequada para o extenso trabalho de reconstrução em andamento para recuperar a reputação da Microsoft na área de telefones inteligentes.   O novo sistema operacional é uma ruptura completa e revigorante do sistema operacional Windows Mobile do passado – a tentativa fracassada da Microsoft de transpor elementos-chave de seu sistema operacional para PCs para uma tela menor.   Enquanto a Microsoft tenta recuperar a fatia do mercado de telefones inteligentes, o Windows Phone 7 a ajuda a saltar à frente do Symbian ^3, introduzido recentemente no N8, por sua vez uma tentativa da Nokia de oferecer um telefone inteligente vencedor. Ele tenta incluir elementos que coloquem sua interface à frente dos telefones Google Android, como o novo G2, e até mesmo do iPhone da Apple.   Enquanto os quadrados e retângulos de sua tela home, em cores sólidas, parecem botões para serem apertados para se chegar ao essencial – chamadas, mensagens, e-mail, contatos – há um nível de sofisticação escondido sob a superfície da tela de toque do Windows Phone 7. Eles são os painéis “Live Tiles” que podem se tornar ativos de uma forma que os dispositivos do Google e Apple atualmente não podem, ressuscitando as chances da Microsoft de competir com as plataformas de ponta para telefones inteligentes.   Os primeiros aparelhos Windows Phone 7 estarão disponíveis na Europa na quinta-feira e estarão à venda nos Estados Unidos em 8 de novembro. Nove deverão ser lançados antes do final do ano com 13 operadoras em todo o mundo, mas eu me concentrei em apenas um – o Samsung Focus, disponível apenas nos Estados Unidos com a AT&T por US$ 200– para testar a experiência com o Windows Phone 7.   Ele é novo e distinto, mas também um no qual a Microsoft terá que gastar muito tempo e dinheiro para vender aos consumidores. A mensagem das primeiras propagandas de televisão é que o Windows Phone 7 fornecerá uma experiência útil “com um olhar”. A chave para isso é contar com informação pessoal, atualizada, na tela home, e a Microsoft consegue isso com a interface Live Tiles facilmente personalizada. Blocos de informação e serviços podem ser montados e empilhados um sobre o outro. Eles podem se estender muito além do botão na tela e o acesso se dá rolando a tela com um movimento de toque.   Enquanto eu explorava, eu acrescentei sites de Internet favoritos, aplicativos e números de telefone apenas os apertando e arrastando para a minha home. Eu então os arrastei e rearranjei. Agora minha tela principal possui uma foto da minha família, que telefona para minha casa quando eu a aperto; uma miniatura do site FT.com que me leva para lá quando o aperto; um botão do tocador Zune com uma imagem da banda cuja música eu toquei pela última vez; um retângulo de Imagens mostrando uma foto pessoal e que me leva para uma coleção; um botão Xbox Live com meu avatar... e assim por diante. Muitas das imagens são animadas.   A interface de toque do iPhone ou iPod, com ícones fixos de aplicativos, agora parece um pouco estática. Meu telefone Android parece inativo.   A capacidade de modificar o telefone Windows desta forma também fez a tela parecer cheia de itens e gostos pessoais, em vez de aplicativos funcionais.   Dito isso, o Windows Phone 7 vai além da atração para os olhos. Clicando um centro de serviço – Pessoas, Imagens, Música + Vídeos, Mercado, Microsoft Office, Jogos– leva você para a tela inicial com muitas opções, indicada pelas primeiras letras do centro e parte de uma imagem. Isso leva você naturalmente a passar o dedo para dar uma geral nos vários serviços relacionados e acessar as letras e imagens na íntegra.   Assim, em Pessoas, eu passei elegantemente de um catálogo de endereços de A a Z, para ver o que meus amigos estavam dizendo no Facebook, para uma tela de chamadas recentes representada por fotos em miniatura. Os Jogos começam pela minha coleção e passam para os novos jogos em destaque, então para uma tela mostrando meu avatar Xbox Live e resultados, então uma tela de convites para jogar online.   Assim como os serviços se encaixam impecavelmente e são navegáveis de forma tão natural, é impressionante que a Microsoft tenha todas as peças no lugar para concorrer com a Apple e o Android. Sua experiência com o Xbox permitiu que desenvolvesse um acervo de jogos e uma comunidade de jogadores online de 25 milhões de pessoas. Seu tocador Zune não foi tão bem-sucedido contra o iPod, mas o serviço aqui se equipara ao iTunes em armazenamento das músicas e vídeos dos usuários e em permitir compras. Ele supera o iTunes com sua opção de assinatura de música por streaming Zune Pass. O Microsoft Office dá ao telefone uma suíte produtiva que a Apple e o Google atualmente não conseguem igualar.   O ponto onde deixa a desejar, em particular em comparação à Apple, é no suporte ao desenvolvedor – são poucos os aplicativos disponíveis em seu Mercado, apesar de alguns, como o banco de dados de cinema IMDB, serem impressionantes.   Para encorajar o desenvolvimento de aplicativos, a Microsoft adotou uma posição mais firme do que o Google junto aos fabricantes dos aparelhos a respeito dos padrões do hardware – os desenvolvedores odeiam criar aplicativos para plataformas onde os telefones possuem tamanhos de tela e funções diferentes.   Os fabricantes de aparelhos diferenciam seus telefones com características que se destacam – o Samsung Focus é leve e possui uma tela de 4 polegadas Super Amoled (Matriz-Ativa de Emissão de Luz Orgânica por Diodos), o HTC Surround tem alto-falantes deslizáveis com som Dolby surround, o LG Quantum possui um teclado físico.   Há funções ausentes no Windows Phone 7, como suporte a vídeos e jogos Adobe Flash, além de carecer de parte da inteligência do Android –localização e boletim do tempo local não foram atualizados na tela enquanto eu me deslocava, por exemplo. Também será difícil para usuários do Google como eu voltarem do Gmail e Google Calendar para o Outlook, nenhum deles fáceis de serem vistos plenamente no Windows Phone 7.   Este é o desafio para a Microsoft ao chegar tarde com este sistema operacional vai ou racha para telefones inteligentes. O iOS da Apple e o Android já estão entrincheirados, Symbian, BlackBerry e HP/Palm WebOS também estão na luta por uma fatia de mercado. Mas a torta ainda está crescendo e o Windows Phone 7, com seu desenho atraente e distinto, poderá ainda cortar seu próprio pedaço.   A concorrência   HTC Android G2   Prós: Boa constituição física e teclado deslizante; rápido, com velocidades HSPA + 4G possíveis; boa integração com o Google Voice.   Contras: O desenho da interface é menos atraente e sofisticado do que o do Windows Phone 7.   Preço: US$ 500 sem contrato; US$ 200 com um contrato da T-Mobile nos Estados Unidos.   Apple iPhone 4   Prós: Maior resolução dentre qualquer telefone inteligente; sistema operacional intuitivo com mais de 200 mil aplicativos; música e jogos excelentes.   Contras: A interface parece estática em comparação ao Windows Phone 7; o iTunes foi igualado pelo Windows Phone 7 para armazenamento e compra de música, e superado pela música por streaming do Zune Pass.   Preço: US$ 199 com contrato nos Estados Unidos para a versão de 16 giga; 499 libras no Reino Unido sem contrato.   O veredicto   Windows Phone 7 no Samsung Focus   Prós: Tela soberba; telefone leve e fino; excelente sensibilidade ao toque; processador rápido; interface atraente; gravação de vídeo em alta definição.   Contras: Câmera mediana com 5 megapixels; o adorno cromado poderá não resistir ao teste do tempo; número limitado de aplicativos; sem capacidade Flash no Windows Phone 7; as velocidades da AT&T deixam a desejar.   Preço: US$ 200 com contrato.

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