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Ryanair reduzirá capacidade pela primeira vez

Mark Odell

Em Londres (Inglaterra)

  • Tobias Schwarz/Reuters

    A companhia aérea irlandesa Ryanair lançou seu calendário 2011 com aeromoças

    A companhia aérea irlandesa Ryanair lançou seu calendário 2011 com aeromoças

A Ryanair reduzirá capacidade pela primeira vez em sua história no próximo período de inverno mais fraco, em meio às preocupações com o panorama econômico e o alto preço dos combustíveis, além de que espera declarar que os lucros permanecerão inalterados neste ano.   A maior companhia aérea de baixo custo da Europa por número de passageiros disse que manterá temporariamente 80 aviões em solo durante o período de inverno, entre novembro e abril do próximo ano, em comparação a 40 aviões no inverno passado, a deixando com um crescimento modesto de 4% de capacidade em seu ano financeiro que se encerrará em março de 2012.   A companhia aérea receberá 25 novos aviões nos próximos meses, elevando o total de sua frota para 292, mas não os colocará em serviço até o período do próximo verão (no Hemisfério Norte), a partir de abril de 2012. Pela primeira vez, a empresa manterá no solo até 55 aviões de sua frota atual para compensar o alto custo do combustível, reduzindo a capacidade em até 5% no quarto trimestre fiscal.   Michael O’Leary, o presidente-executivo, disse que a medida era necessária para “proteger” a lucratividade da companhia aérea e provavelmente levará a um pouco de redundância entre pilotos, comissários de bordo e engenheiros.   “Será difícil, mesmo com tarifas mais altas, ganhar a mesma quantia de dinheiro de novo”, ele disse, enquanto a companhia aérea anunciava um aumento de 23% nos lucros líquidos, para 374,6 milhões de euros nos 12 meses encerrados em março, um aumento em comparação aos 305,3 milhões de euros no mesmo período um ano antes.   Os lucros, que incluem uma perda excepcional de 26 milhões de euros devido à paralisação das viagens aéreas na Europa, causada pela erupção vulcânica na Islândia no ano passado, foram ligeiramente acima das expectativas. Os lucros corrigidos por ação subiram de 25 centavos de euro para 27 centavos, com os lucros crescendo 21%, para 3,63 bilhões de euros.   O preço médio das passagens da Ryanair subiu 12%, para 39 euros, com o transporte de 72,1 milhões de passageiros, um aumento de 8%.   O panorama cauteloso e as preocupações com o impacto da mais recente erupção vulcânica na Islândia, que pesa sobre as ações de todas as companhias aéreas, assustou os investidores, derrubando as ações em 5%, para 3,37 euros em Dublin.   Ela disse que os preços mais altos do petróleo deverão elevar os custos operacionais em até 13% neste ano financeiro, enquanto em média as passagens subiriam apenas 12%, deixando os lucros anuais até março de 2012 inalterados na comparação ano a ano, em por volta de 400 milhões de euros.   Como outras companhias aéreas, a Ryanair está enfrentando crescente pressão do aumento dos preços dos combustíveis e espera que sua despesa com combustíveis suba em 350 milhões de euros neste ano, após um salto de 37%, para 1,23 bilhão de euros, nos últimos 12 meses concluídos em março. A Ryanair tem 90% de suas necessidades de combustível para este ano garantidas a uma média de US$ 82 o barril.   A Ryanair, que foi fundada em 1985, cresceu rapidamente nos últimos 15 anos usando a encomenda de grandes aviões para aumentar a capacidade em 15% a 20% ao ano. Ela disse no ano passado que começaria a desacelerar a expansão, adicionando 8% de novos assentos.   No ano que vem, a Ryanair receberá os últimos dos Boeings 737 que encomendou e O’Leary disse que não planeja fazer novas encomendas até 2016, se concentrando em vez disso na otimização da lucratividade da rede.   “Após um rápido crescimento por 20 anos, eu gostaria de tirar um ano ou dois sem nenhum crescimento, para estudar quais aeroportos não nos estão oferecendo bons termos de negócios”, ele disse.

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