Segunda instância faz julgamento político, diz Lula
Do UOL, em São Paulo
No dia em que seu recurso será julgado pela 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a afirmar que seu julgamento não é técnico, mas, sim, político.
"Eu falei [pensei]: 'bom, vai para o TRF-4, as pessoas são de um nível superior, mais estudadas --penso eu--, vão ler o mérito do processo e dizer: bom, tem uma sacanagem com o presidente Lula'", disse o ex-presidente na manhã desta segunda à Rádio Onda Sul, de Francisco Beltrão, no Paraná.
"Não. Eles aceitaram [a denúncia] e ainda aumentaram a pena para não prescrever. Eu sou obrigado a intuir que é um processo político, e não um processo de condenação por um tríplex que eles acham que é meu", complementou Lula.
No recurso que será votado hoje, que em tese serviria para esclarecer pontos da decisão que elevou a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex, os advogados de defesa também pedem a absolvição do ex-presidente.
Esse recurso seria o último passo antes que fosse expedido o mandado de prisão pelo juiz Sergio Moro, da primeira instância.
No entanto, caso a Justiça Federal negue os embargos de declaração, o mandado de prisão não poderá ser expedido até que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue o habeas corpus apresentado pela defesa de Lula para evitar a prisão. O julgamento na Corte está marcado para o dia 4 de abril.
Na entrevista de hoje, Lula voltou a afirmar ser inocente. "Por que estou calmo? A minha calma é a maior demonstração da minha inocência. Já provei a minha inocência. Falta eles provarem a minha culpa", disse.
"Se eles pegaram um papel, um pedacinho de papel higiênico provando que o apartamento era meu, estou desmoralizado perante a opinião pública. Acontece que eles não têm prova, não tem documento, não tem recibo. E eles agora não sabem como sair dessa", argumentou.Os desembargadores a quem Lula se referiu são João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus. Eles foram os responsáveis por julgar e aumentar a pena do ex-presidente em 24 de janeiro de 2018.
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