Em manhã sem protestos, Lula critica "selvageria" de manifestantes no Sul

Bernardo Barbosa

Do UOL, em Quedas do Sul (PR)

  • Bernardo Barbosa/UOL

    27.mar.2018 - Ex-presidente Lula chega para discursar em Quedas do Iguaçu (PR)

    27.mar.2018 - Ex-presidente Lula chega para discursar em Quedas do Iguaçu (PR)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira (27), em Quedas do Iguaçu (PR), a "selvageria" e a "barbárie" de manifestantes que tentaram impedir a passagem de sua caravana pela região Sul, iniciada no dia 19.

"Eu nunca tinha assistido a uma selvageria de pessoas que eu não sei quem são para evitar que a nossa caravana chegue no lugar marcado", disse. "Em todas as cidades tinha trator, tinha caminhão, tinha pau e tinha pedra."

Em Quedas do Iguaçu, Lula teve uma folga dos protestos que sua caravana enfrentou em praticamente todas as cidades por que passou na viagem pelo Sul. Não houve registros de manifestações contrárias, nem de ataques à comitiva --como aconteceu, com ovos e pedras, em várias outras paradas do percurso.

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Na praça central da cidade, centenas de apoiadores enfrentaram chuva e um atraso de três horas e meia para ver Lula discursar --a demora se deveu ao mau tempo, já que Lula viajou de avião. No local foram penduradas bandeiras do Brasil e do MST além de faixas em agradecimento ao petista e a favor da reforma agrária. Um dos cartazes dizia "Quedas do Iguaçu não é Bagé", em alusão à primeira cidade da caravana, onde Lula discursou a poucos metros de um protesto contra sua visita.

Ontem à noite, em Foz do Iguaçu (PR), o clima foi bem diferente. Apoiadores de Lula denunciaram que manifestantes antipetistas estavam impedindo o acesso de quem tentava chegar ao local onde o ex-presidente falaria. A polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o protesto. Integrantes da comitiva denunciaram a agressão, cometida por uma pessoa não identificada, a um padre de 64 anos, que apoiava o ex-presidente.

"Eu nunca vi uma barbárie como a que estamos vivendo", disse Lula hoje. "Todo e qualquer protesto se aceita. O que não se aceita é a violência."

Lula também falou da sua condenação em duas instâncias no caso do tríplex, da Operação Lava Jato.

"Ou eu estou louco ou quem me condenou está louco", disse, sem citar nomes.

Lula estava acompanhado da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT; do líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS); do ex-deputado federal e presidente do PT do Paraná, Dr. Rosinha; e de João Pedro Stédile, coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra). O ex-presidente também foi recebido por um grupo de índios caingangues que vivem na região, de quem ganhou um colar.

Em seu discurso, Gleisi agradeceu o MST por estar "fazendo a segurança de Lula em terras paranaenses". Já Stédile disse que a militância não vai "deixar Lula ir para a cadeia".

"Daqui até 7 de outubro, ninguém pode descansar", disse em alusão à data da eleição deste ano -- Lula é pré-candidato à Presidência pelo PT, mas pode ficar inelegível devido à condenação no caso do tríplex.

A caravana de Lula termina nesta quarta-feira (28) com ato público em Curitiba. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato a presidente, pretende visitar a cidade no mesmo dia. Vários participantes dos protestos que Lula enfrentou na caravana demonstraram apoio a Bolsonaro com camisas e adesivos.

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