Alckmin diz que tenta "afunilar candidaturas" para chegar ao 2º turno

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Anderson Rodrigues/Fecomercio/Divulgação

    23.abr.2018 - Ex-governador Geraldo Alckmin participa de evento na Fecomercio em São Paulo

    23.abr.2018 - Ex-governador Geraldo Alckmin participa de evento na Fecomercio em São Paulo

O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (23), em evento com empresários em São Paulo, que tem realizado "um esforço mais ao centro" para "afunilar candidaturas" como estratégia para chegar ao segundo turno das eleições. 

A declaração foi feita na Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) em meio a indefinições sobre a viabilidade da candidatura do ex-governador. Alckmin aparece estagnado nas pesquisas eleitorais mais recentes, em torno de 6% a 8%, mesmo após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apesar de dois mandatos consecutivos no governo paulista.

"Eleição é chegar ao segundo turno. Contei 22 pré-candidaturas; tem que reduzir um pouco e haver um esforço mais ao centro para isso afunilar", disse o pré-candidato, que lembrou o período reduzido da campanha deste ano como fator necessário para estabelecer alianças e garantir maior tempo em TV.

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Segundo Alckmin, cinco partidos já teriam aderido à pré-candidatura dele, com possibilidade de o número chegar a sete. Indagado em entrevista coletiva sobre quais seriam as siglas, ele preferiu não citar, alegando que, além de o apoio não depender apenas de esforços do PSDB, o prazo para as convenções —em que as candidaturas e as consequentes coligações são oficializadas — se encerra em julho. 

"Temos até julho. É natural que se reduza o número de candidaturas", resumiu.

Aos membros da Fecomércio, Alckmin destacou que outra ação com vistas a alavancar seu nome tem por base os palanques regionais.

"A eleição de 1989 [com a qual a deste ano tem sido comparada, dada a variedade de nomes] era só para presidente. Agora, estamos montando os melhores palanques regionais. O PT não é mais aquela unanimidade, e o Lula não será candidato. A democracia não é fácil. Esta é uma campanha de residência e curta, não vai ter monotonia", definiu.

Entidade promete voto em tucano

Na Fecomércio, perante uma plateia composta majoritariamente por homens — representantes de sindicatos patronais ou diretores da entidade —, Alckmin foi tratado como candidato de predileção nas eleições de outubro e cobrado por reformas similares às apresentadas pelo governo de Michel Temer (MDB), que participou de evento semelhante na Fecomércio no final do mês passado.

Em um documento entregue a Alckmin, o presidente da entidade, Abram Szajman, cobrou ações pela retomada da competitividade calcadas em "choque de gestão" e "meritocracia prevalecendo sobre os interesses corporativistas". Medidas implementadas por Temer, como a reforma trabalhista e a PEC do teto de gastos, foram enaltecidas por representarem "uma redução gradual da participação do Estado na economia". No caso da PEC, entretanto, a entidade ressalvou que a viabilidade "depende da Reforma da Previdência".

Em retribuição aos elogios, Alckmin prometeu as reformas "usando, para aprová-las, a legitimidade do voto". O tucano falou também em ações de desestatização e em "manter as agências reguladoras a 1000 km de distância de partidos políticos".

Caravana tucana

A partir da semana que vem, Alckmin começa a rodar estados e municípios para "ouvir a população e ver os problemas". A partir disso, afirmou, elaborará o programa de governo.

"A ideia é ouvir a sociedade civil e ver os problemas de infraestrutura e logística que existem no Brasil a fim de aprofundar esses temas", concluiu.

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