França confirma troca no comando da PM de SP; secretário de Segurança fica
Mirthyani Bezerra
Do UOL, em São Paulo
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Kleyton Amorim/UOL
3.mar.2018 - Governador de São Paulo, Márcio França
O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), pré-candidato à reeleição, confirmou nesta segunda-feira (23) a troca do comando da Polícia Militar. O atual comandante, coronel Nivaldo Restivo, dará lugar ao também coronel Marcelo Vieira Salles.
Apesar de, em um ato falho, ter se referido a Restivo como "antigo comandante da PM" durante entrevista a jornalistas no lançamento da campanha de vacinação contra gripe, em Pinheiros, em São Paulo, França não cravou uma data para que a mudança aconteça.
O governador justificou a troca afirmando ter mais intimidade e proximidade com Salles, que com Restivo. "Eu acho que é correto quando você faz a mudança do governo ter alguém da sua intimidade, próximo ao governador. O coronel Salles conviveu comigo, é um excelente profissional", disse.
Tradicionalmente, a escolha dos nomes de comandantes das polícias cabe ao secretário da Segurança Pública, e não ao governador. O atual comandante da PM é tido como um dos homens de confiança do secretário Mágino Alves Barbosa Filho.
França disse ainda que o secretário aceitou continuar na função, confirmando que Mágino não deve deixar o cargo apesar das mudanças na cúpula das polícias. No dia 17 de abril, o então chefe da Polícia Civil de São Paulo, Youssef Abou Chahin, pediu demissão do cargo e decidiu se aposentar. Em carta de despedida, alfinetou Márcio França, indiretamente, afirmando que os que querem interferir na instituição a prestarem concurso para delegado.
O governador fez a ressalva, no entanto, que Mágino fica até que haja uma decisão sobre o projeto de deslocar a Polícia Civil para a Secretaria da Justiça - a Polícia Militar continuaria na Segurança. "Aproveito para dizer que convidei hoje o atual secretário da segurança para que permanecesse na função enquanto nós estamos com esse processo de discussão na Assembleia Legislativa relacionada à questão da Polícia Civil. Não tem sentido você fazer alteração num momento desse aqui. Mágino aceitou", disse.
A discussão à qual França se refere se trata de um projeto de lei a ser enviado para avaliação da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) que autorizaria ou não a mudança. A ideia inicial era fazê-la por decreto, mas o governador recuou diante da repercussão negativa da medida.
"A ideia está em discussão. Eu reafirmo que acho, por questão de convicção, que a Polícia Civil é uma polícia judiciária, ela tem formação judiciária, tem que fazer investigação", justificou.
"Como eu não sou o dono da razão, quem tem que decidir isso é o povo de São Paulo através dos seus representantes que é a Assembleia Legislativa. Na hora certa, a Assembleia vai apreciar, votar e decidir o que ela acha", acrescentou.