Pré-candidato, Maia diz que governo não se preparou para alta da gasolina

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • Pedro Ladeira -1.mar.2018/Folhapress

    Maia criticou postura do governo sobre combustíveis

    Maia criticou postura do governo sobre combustíveis

O presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato à Presidência da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo federal não se preparou para a alta do preço de combustíveis por meio de políticas compensatórias e sugeriu a redução de impostos para contornar o problema.

Nesta segunda, caminhoneiros fazem protestos pelo país contra o aumento do diesel. Outras manifestações são cogitadas nos próximos dias por outras categorias, como motoristas de Uber. As altas são reflexo da nova política de preços da Petrobras de repassar a variação da cotação do petróleo no mercado internacional. Nos últimos meses, o petróleo tem apresentado forte alta.

Desde 3 de julho do ano passado, quando o novo método de reajustes foi adotado, o preço do diesel comercializado nas refinarias subiu 57,78%. A inflação oficial no Brasil acumulada entre julho de 2017 e abril de 2018 (último dado disponível) é de 2,68%. A reivindicação dos caminhoneiros é apoiada pelos donos de postos de combustíveis, que dizem estar perdendo margem com os aumentos de preços.

Rodrigo Maia falou que ninguém esperava que a pressão em cima do preço do combustível viesse tão rapidamente e que esta teve como uma das origens a crise diplomática entre Estados Unidos, Síria e Irã. No entanto, criticou o fato de o governo do presidente Michel Temer (MDB) não ter conseguido adotar mecanismos a fim de contornar o problema.

"A expectativa era [da alta no preço] mais para o próximo ano e o governo não se preparou para construir políticas compensatórias. O que eu digo sempre é que a decisão do congelamento nós já vimos que não é por aí. Seria proposta demagógica e eleitoral", declarou.

Segundo Maia, a decisão de se liberar o preço do combustível foi correta e não se deve mudar a política da Petrobras, muito menos congelar preços. Como solução, sugeriu a redução de impostos.

"Uma das ideias que eu dei, que a gente sabe que na situação fiscal do governo federal não é tão simples, mas talvez seja necessária, é a redução de impostos no curto prazo enquanto o preço do petróleo esteja nesse patamar", falou.

O vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), disse que Maia está "coberto de razão" e as altas são "inaceitáveis". Ele afirmou que a Petrobras tem de baixar os preços imediatamente, pois a empresa está "tentando compensar" as perdas financeiras derivadas do esquema de corrupção da Lava Jato.

O presidente da Câmara anunciou nesta segunda, junto ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), a criação de uma comissão conjunta para debater a alta dos preços e "buscar ações imediatas", segundo nota divulgada por ambos. Representantes da Petrobras, distribuidoras, postos, governo e estudiosos foram convidados.

Após o anúncio da comissão e o protesto dos caminhoneiros, Michel Temer convocou uma reunião com ministros do setor para debater o assunto. Participarão os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Eduardo Guardia (Fazenda), Moreira Franco (Minas e Energia), Esteves Colnago (Planejamento), além do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.

O UOL entrou em contato com a Presidência da República para obter um posicionamento sobre a declaração de Rodrigo Maia e aguarda resposta.

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