Após aliança com PTB, investigado, Alckmin diz que partido tem bons quadros

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

Pré-candidato tucano à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin comemorou nesta quarta-feira (18) a decisão da executiva nacional do PTB de se coligar com o PSDB nas eleições desse ano. "A notícia me deixou muito alegre e feliz", comentou, em entrevista coletiva durante evento da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), em Brasília.

Ao ser questionado sobre as acusações de corrupção envolvendo a atuação de membros do PTB no Ministério do Trabalho, que era comandado pela sigla até o início do mês, Alckmin frisou que não discutiu a cessão de espaço em seu eventual governo com ninguém e disse que todos os partidos têm "bons quadros".

"Quero deixar aqui claríssimo, e é importante destacar isso: em nenhum momento ninguém tocou no assunto de espaço governamental. Nenhum, nenhum momento. Ninguém. Nem o presidente do partido, nenhum senador, nenhum deputado", declarou o tucano.

Insistentemente indagado por jornalistas sobre o que representava o apoio de uma legenda cuja cúpula está sendo investiga pela Polícia Federal, o presidenciável se esquivou de entrar em detalhes sobre as perguntas. "Nós precisamos trabalhar com as melhores pessoas, e é isso que nós vamos fazer. Todos os partidos têm bons quadros. Nós não temos um sistema bipartidário no Brasil. O PTB tem bons quadros", disse.

O apoio do PTB ao tucano foi aprovado por unanimidade nesta quarta. A decisão será levada para ser oficializada na convenção do partido em 28 de julho. Em carta aos filiados, o presidente do partido, Roberto Jefferson, que foi condenado e preso por conta do escândalo do mensalão, justificou a adesão à candidatura tucana dizendo que Alckmin defende as mesmas medidas propostas pelo PTB, como menos impostos e gastos públicos.

"É o primeiro partido do país que já celebra praticamente pré-oficialmente a indicação para a coligação", destacou o presidenciável, que disse estar trabalhando em alianças "em torno de uma proposta para o Brasil", como as de reformas política, tributária, previdenciária e de Estado. "Aliança é importante, ninguém faz política sozinho, você precisa ter time, ter equipe", declarou.

Já com relação ao apoio do "blocão" [de partidos considerados de centro como DEM, Solidariedade, PR, PP, PRB e outros], ele disse que, no que depender dele, estarão juntos nas eleições. "Se vamos ter ou não, não posso falar em nome deles", disse.

"Ninguém vai ganhar no primeiro turno num quadro tão fragmentado como o que nós temos nesse ano no Brasil", comentou.

Alckmin disse ainda que tem "grande estima" pelo empresário Josué Gomes, filiado ao PR e cotado como possível vice de diversos presidenciáveis. O tucano contou que tinha mais intimidade com o pai dele, José Alencar, ex-vice-presidente da República, de 2003 a 2010, no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante o evento, o Fórum de Mobilidade, ele prometeu recuperar a capacidade de investimento do governo federal e "despartidarizar" agências reguladoras de setor, além de ampliar a rede metroferroviária nas regiões metropolitanas do Brasil.

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