Haddad: defesa de Lula candidato não para com nenhuma decisão da Justiça

Bernardo Barbosa

Do UOL, em Brasília

  • Reprodução 4.ago.2018/Facebook

    Fernando Haddad posa para foto segurando máscara com o rosto do ex-presidente Lula durante convenção nacional do PT

    Fernando Haddad posa para foto segurando máscara com o rosto do ex-presidente Lula durante convenção nacional do PT

No dia em que o PT pretende registrar Luiz Inácio Lula da Silva como seu candidato a presidente no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ex-ministro Fernando Haddad (PT) disse nesta quarta-feira (15) que o "movimento" para eleger de novo o ex-presidente não vai parar seja qual for a decisão da Justiça. Lula está inelegível, em tese, pela Lei da Ficha Limpa.

"Enquanto imperar a injustiça, nós vamos estar em marcha para reconduzir Lula à Presidência da República", disse Haddad. "Não vai parar esse movimento, seja qual for a decisão da Justiça."

Hoje, Haddad é vice na chapa petista e possível substituto de Lula caso o ex-presidente não possa concorrer. Há um acordo com o PCdoB para ceder a vice a Manuela D'Ávila quando houver uma decisão da Justiça Eleitoral sobre a candidatura de Lula.

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Com a declaração sobre a candidatura de Lula, Haddad continua executando a difícil coreografia de representar Lula sem se apresentar como substituto do ex-presidente, mantendo o discurso de que a candidatura de Lula será levada às últimas consequências.

Haddad discursou por cerca de dez minutos no lançamento de um livro do fotógrafo Ricardo Stuckert com imagens da caravana de Lula pelo Nordeste. Stuckert há anos acompanha Lula e, agora, fotografa o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo.

O lançamento do livro de Stuckert foi mais um ato político do que um evento de divulgação da obra. O autor sequer discursou e estava em ação, fotografando Haddad, que se dirigiu a dezenas de políticos e militantes presentes diante de um banner coberto com a estrela que é símbolo do PT. Com Haddad, uma mesa repleta de lideranças do PT e do PCdoB.

Além de defender Lula, Haddad pediu uma "calorosa saudação" a Lurian, filha do ex-presidente que estava presente, e elogiou a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), por ter mantido o partido unido em torno de Lula.

Gleisi e Manuela D'Ávila também discursaram brevemente antes de Haddad, mas coube ao ex-ministro a fala final do evento, com o cunho mais político e com a defesa mais veemente de Lula.

"Tenho certeza que o penta é do Luiz Inácio Lula da Silva", disse Haddad no fim do discurso, em alusão a um quinto mandato presidencial petista.

Na tarde de hoje, o PT pretende transformar o registro de Lula em um grande ato político, com milhares de militantes e várias lideranças aliadas de Lula em frente ao TSE, em Brasília.

Lula está preso há mais de quatro meses por causa da condenação em segunda instância no caso do tríplex, da Operação Lava Jato. Sua defesa afirma que não há provas dos crimes imputados ao ex-presidente e recorre da sentença.

Mesmo preso e potencialmente inelegível, Lula lidera os cenários das pesquisas de intenção de voto em que seu nome é apresentado aos entrevistados. Sem Lula, o líder é Jair Bolsonaro (PSL).

Hoje, o PT divulgou um manifesto defendendo que Lula dispute as eleições mesmo se seu registro de candidatura for negado pela Justiça Eleitoral, e argumenta que a inelegibilidade do ex-presidente pode ser revertida até o dia 19 de dezembro, quando são diplomados os candidatos eleitos. A tese já havia sido defendida pelo advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, que trabalha no registro de candidatura de Lula, em entrevista ao UOL em julho.

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