Paes e Garotinho dizem que estão 'mais pobres'; bens de Romário aumentaram

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

15/08/201818h16

Arte/Uol

Romário, Eduardo Paes e Anthony Garotinho: adversários declararam bens à Justiça Eleitoral

Eleições 2018

Rivais na disputa pelo governo do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PRP) e Eduardo Paes (DEM) são os dois únicos, dentre os 11 candidatos ao cargo, que declararam queda patrimonial ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Garotinho, que é ex-governador do Rio, informou possuir atualmente R$ 205.174,20 --valor menor do que os R$ 303.538,65 que declarou em 2014, quando também concorreu ao governo, mas não avançou para o segundo turno. Se corrigidos pela inflação do período, os bens de Garotinho corresponderiam hoje a cerca de R$ 308 mil --com isso, a queda de seu patrimônio é de 33% nos últimos quatro anos.

Paes também declarou um valor menor do que afirmou ter em 2012, quando reeleito prefeito do Rio de Janeiro.

O político, que passou os últimos meses trabalhando na iniciativa privada, diz possuir atualmente R$ 325.678,17. Na última eleição que disputou, ele informou ao TSE um patrimônio de R$ 330.112,69 --se corrigida, a quantia equivale a R$ 477.668,80. Com isso, o patrimônio de Paes sofreu queda de 31%.

Já o senador Romário (Podemos) viu seu patrimônio saltar nos últimos quatro anos. Ele declarou ao TSE possuir atualmente R$ 5.583.493,30, valor 233% maior do que os R$ 1.676.324,98 (já corrigidos com a inflação do período) declarados em 2014.

Romário, que é investigado pelo Ministério Público por suposta ocultação de bens, informou que a variação nas suas declarações se deve a um empréstimo que contraiu no período.

O deputado federal Indio da Costa (PSD) também viu seus bens se valorizarem desde 2014. Indio, que neste ano declarou ao TSE patrimônio de R$ 12.297.846,44, informou que tinha R$ 5.377.301,88 há quatro anos. O valor corresponderia a 6.874.752,47, se aplicada a inflação, o que indica um aumento de 78% nos seus bens. Em 2016, quando tentou a prefeitura do Rio, o candidato declarou R$ 11.839.746,19.

Indio argumenta que a variação aconteceu por causa da construção e posterior valorização de uma casa no Jardim Botânico, na zona sul carioca.

Candidato do PDT ao governo do estado, o deputado estadual Pedro Fernandes também viu a valorização de seus bens. Ele, que informa possuir atualmente R$ 1.932.353,42, declarou em 2014 o valor de R$ 704.665,61, que, se corrigido, equivale a R$ 900.898,21. Um aumento de 114%.

Tarcísio Motta (PSOL) informa ter R$ 10 mil em bens. Em 2016, quando foi eleito vereador, ele declarou R$ 8.779,76 (valor corrigido pela inflação). Quando foi candidato ao governo, em 2014, Tarcísio afirmou possuir R$ 3.856,51.

Candidato do Partido Novo declara o maior patrimônio

Com o maior patrimônio declarado dentre todos os candidatos ao Palácio Guanabara, o empresário Marcelo Trindade (Novo) disse ter R$ 86.956.391,33 em bens. Debutante na política, ele, que foi presidente da Comissão de Valores Mobiliários e conselheiro da Bolsa de Valores de São Paulo, não possui declaração anterior.

A filósofa Márcia Tiburi (PT), que também se candidata pela primeira vez, informou um patrimônio de R$ 711 mil. Na mesma situação está Luiz Eugênio (PCO), que tem R$ 305 mil em bens. Completa a lista dos que se candidatam pela primeira vez, o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC), que declarou patrimônio de R$ 400 mil. Assim como nas últimas eleições, Dayse Oliveira (PSTU) não declarou bens.