PT é preferido de 29% dos eleitores e supera 34 partidos somados, diz Ibope
Gustavo Maia
Do UOL, em Brasília
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Eduardo Anizelli/Folhapress
O PT é o partido preferido de 29% da população brasileira, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (20). O índice supera os 27% que, somados, escolheram as outras 34 legendas registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os entrevistados foram questionados por qual partido político tem "maior preferência ou simpatia", e 39% deles disseram não ter preferência por nenhuma sigla. Os outros 7% não souberam ou não responderam. Os dados detalhados do levantamento ficaram públicos nesta terça (21).
Apenas o PSDB, escolhido por 5% dos entrevistados, e outros quatro partidos –PDT, MDB, PSB e PSOL, com 2% cada um—obtiveram mais de 1% das menções.
Destas siglas, apenas o PSB não terá candidatura própria nas eleições presidenciais desse ano. O partido decidiu não se coligar formalmente com nenhum outro no âmbito nacional.
Veja abaixo os índices de preferência partidária:
29% - PT
5% - PSDB
2% - PDT, MDB, PSB, PSOL
1% - DEM, PCdoB, PP, PSC, PSD, PSL, PTB, PV, Solidariedade, Novo, PMB
3% (somados) - PCB, PCO, PTC, Avante, Podemos, Patriota, PHS, Pros, PMN, Rede, PPL, PR, PPS, PRB, PRP, PRTB, Democracia Cristã, PSTU --tiveram menos de 1%, cada um
39% - Nenhum/Não tem preferência
7% - Não sabe/Não respondeu
O Ibope entrevistou 2.002 pessoas em 142 cidades entre os dias 17 e 19 desse mês. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi contratada pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela TV Globo, e registrada no TSE com o número BR-01665/2018.
O intervalo de confiança estimado é de 95%. Isso quer dizer que, considerando o mesmo modelo de amostra, em 95% delas o resultado estará dentro da margem de erro.
O mesmo levantamento simulou dois cenários para a disputa eleitoral, com e sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No que aparece, o petista lidera com 37% das intenções de voto, seguido do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), com 18%.
No outro, Lula foi substituído pelo vice, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, também do PT, que apareceu com 4%. Neste cenário, Bolsonaro lidera com 20%.
A candidatura de Lula foi contestada na Justiça eleitoral, que deve decidir nos próximos dias se ele poderá se candidatar mesmo enquadrado como inelegível na Lei da Ficha Limpa.
Preso desde abril, o ex-presidente foi condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo caso do tríplex do Guarujá (SP), na Operação Lava Jato. O PT insiste em mantê-lo como candidato, mas Haddad é tido como possível substituto em caso de impedimento.
Detalhamento
O levantamento apresentou os resultados detalhados por sexo, idade, escolaridade, renda familiar, religião, raça, condição e porte do município e região do país.
A pesquisa apontou poucas discrepâncias entre as escolhas de homens e mulheres, que não chegaram a variar fora da margem de erro.
O mesmo ocorreu, em geral, quando se levaram em conta as faixas etárias dos eleitores. O único partido fora da curva foi justamente o PT, que tem mais força entre aqueles que têm entre 16 e 34 anos de idade (32%) e menos entre os maiores de 55 anos (23%).
O Partido dos Trabalhadores também foi o único a variar de acordo com a formação acadêmica do eleitorado, perdendo preferência à medida que o entrevistado tinha mais anos de estudo.
A variação foi de 15 pontos percentuais entre os que cursaram até a 4ª série do ensino fundamental (34%) e os que declararam ter ensino superior (19%). Entre os que fizeram da 5ª a 8ª série do ensino fundamental (31%) e ensino médio (30%), a diferença foi mínima.
Considerando a renda familiar, apenas o PT teve variação atípica. Dentre os que dispõem de até um salário mínimo, a preferência é de 36% --o dobro do índice dos que têm mais de cinco salários (18%).
Segundo a pesquisa, católicos representam 31% dos eleitores que escolheram o partido, evangélicos, 24%, e adeptos de outras religiões, 27%. O levantamento não apontou a participação de ateus ou agnósticos.
Raça e cor dos entrevistados também variaram na composição do eleitorado que prefere a sigla: 21% (branca), 34% (preta ou parda) e 27% (outras).
Geograficamente, as diferenças não foram significativas entre os moradores de capital, periferia ou interior ou entre eleitores de cidades com até 50 mil, de 50 mil a 500 mil ou mais de 500 mil habitantes.
Entre as regiões do Brasil, Nordeste garantiu um índice de 46% ao PT, que teve 20% no Sul. No Sudeste, 24% dos entrevistados disseram preferir a sigla. O instituto divulgou os dados do Norte e do Centro-Oeste juntos (20%).
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