Entre eleitores mais ricos, Bolsonaro supera Alckmin, Marina e Ciro juntos

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

  • Arte/UOL

    Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL)

    Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL)

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, lidera entre os eleitores mais ricos, com 33% de intenções de voto, ficando à frente dos concorrentes Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) juntos, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (22).

O recorte considera o cenário estimulado e sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso desde abril e ainda terá sua situação julgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A fatia do eleitorado mais rico acampa os que ganham acima de dez salários mínimos (R$ 9.504). Somados, Marina (6%), Ciro (13%) e Alckmin (11%) representam cerca de 30% --três pontos percentuais atrás de Bolsonaro. A margem de erro da amostra é de dois pontos para mais ou para menos.

No cenário com Lula, a disputa se apresenta de forma mais equilibrada, de acordo com o Datafolha. Bolsonaro registra 30% de intenções de voto entre os mais ricos e o petista, 20%. Alckmin tem 10%, Ciro, 8%, e Marina, 5%.

Já entre os mais pobres (até dois salários mínimos, R$ 1.908), Marina tem 19% de intenções de voto e é seguida por Bolsonaro (14%) e Ciro (10%) no cenário que simula a ausência do ex-presidente. Presente na disputa, Lula lideraria com folga esse estrato da população (49%, contra 11% do presidenciável do PSL).

Bolsonaro também registrou número expressivo na pesquisa espontânea, com 30% de intenções de voto entre os eleitores com maior poder aquisitivo. Entre os mais pobres, contudo, atingiu 8% --16 pontos percentuais a menos do que Lula.

O candidato militar também é o preferido dos mais escolarizados, em pesquisa espontânea.

O levantamento foi encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo em parceria com a "TV Globo" e registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR 04023/2018. Foram entrevistadas 8.433 pessoas em 313 municípios, de 20 a 21 de agosto.

Leia também

Herança dos votos de Lula

Segundo a amostra do Datafolha, Marina e Ciro são os que mais se beneficiariam da ausência de Lula, se a eleição fosse hoje. Ambos, que já foram ministros em gestões do PT e são identificados com o campo político progressista, praticamente dobram seus percentuais de intenções de voto no cenário em que Lula é substituído pelo vice, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT).

Ao UOL, o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, afirmou entender que, de fato, "Marina e Ciro são os mais beneficiados nesse momento". "Não se consegue comprovar exatamente como se dá a migração de votos. Mas comparando os candidatos, dá para inferir isso, sim", declarou.

No geral, o levantamento estimulado indica que Lula tem 39% de intenções de voto, contra 19% de Bolsonaro. Em um patamar abaixo, aparecem tecnicamente empatados: Marina (8%), Alckmin (6%) e Ciro (5%).

Com o ex-presidente fora da disputa e a entrada de Haddad, Marina salta de 8% para 16% e Ciro, de 5% para 10%. Já o candidato tucano sobe três pontos percentuais: de 6% para 9%.

Paulino observou, no entanto, que Haddad ainda poderá crescer em relação à migração de votos de Lula com o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV. "O Haddad ainda é muito desconhecido, especialmente junto ao eleitorado do Lula, que se concentra mais ali nas regiões Norte e Nordeste e nas periferias. São pessoas que têm menos contato com a informação [de que Haddad representaria Lula no pleito, caso o TSE confirme a inelegibilidade]. Isso ainda pode mudar um pouco com o tempo de TV", explicou.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos