PF trabalha com hipótese de "lobo solitário" sobre ataque a Bolsonaro

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

  • Polícia Militar/AP

    Adelio Bispo de Oliveira confessou ter atacado Jair Bolsonaro

    Adelio Bispo de Oliveira confessou ter atacado Jair Bolsonaro

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta sexta-feira (7) que, a princípio, a Polícia Federal trabalha com a hipótese de que o ataque contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) foi um ato do tipo "lobo solitário", mas que outras duas pessoas além do principal suspeito, Adélio Bispo de Oliveira, continuam sendo investigadas.


"O que se trabalha, basicamente, é [com a hipótese] de um ato isolado de um lobo solitário, mas também existem, sobretudo no âmbito da Polícia Civil [de Minas Gerais], a preocupação com outros suspeitos, que também serão ouvidos pela Polícia Federal", disse Jungmann após o desfile de 7 de Setembro, em Brasília.

O ministro disse ainda que uma equipe de inteligência da Polícia Federal foi deslocada para Minas Gerais para reconstituir os últimos passos de Adélio antes do ataque e que agentes da PF também irão fazer um levantamento sobre sua rede de contatos.

Reforço na segurança de presidenciáveis

Jungmann anunciou, também, que a PF vai aumentar em 60% o número de agentes dedicados a fazer a segurança dos candidatos à Presidência da República.

Atualmente, cinco deles pediram e receberam apoio da PF: Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Álvaro Dias (Podemos).
Segundo o ministro, 80 agentes da PF fazem a segurança desses candidatos.
Jair Bolsonaro é o que tinha a maior equipe: 21.

O ministro disse que, por questões de revezamento de turnos, no momento do ataque, Bolsonaro estava acompanhado de 13 agentes da PF.

O ataque a Bolsonaro fez com que o governo convocasse uma reunião com as coordenações de campanha dos presidenciáveis para reiterar as orientações de segurança repassadas pela PF. A reunião será realizada no sábado (8), em Brasília.

Jungmann nega falha na segurança

Raul Jungmann negou que o ataque ao candidato Jair Bolsonaro tenha ocorrido por conta de uma falha na segurança a cargo da Polícia Federal. Segundo ele, a postura de Bolsonaro durante seus atos políticos dificultava a atuação da segurança em torno dele.

"Se nós fôssemos imaginar que sempre a falha é da segurança, não haveria atentado político no mundo. O que nós tínhamos observado no âmbito da Polícia Federal era que nos preocupava o fato de o candidato ser recebido em aeroportos por uma grande multidão. Esse não é o local adequado, não é o equipamento adequado para receber uma grande multidão", afirmou.

Jungmann disse que o problema já havia sido repassado à coordenação de campanha de Bolsonaro e à sua família. "Já tinha sido conversado com a coordenação da campanha e a própria família [de Bolsonaro] de que ficaria muito difícil fazer a segurança do candidato quando ele se lançava à multidão e era carregado nos braços. Se vocês virem as cenas do infelizmente acontecido, vão ver que há um enorme tumulto e que é praticamente impossível fazer a segurança do candidato", diz o ministro.

Desfile de Sete de Setembro

O desfile de Sete de Setembro na Esplanada dos Ministérios contou com a presença do presidente Michel Temer (MDB) e ministros como o da Casa Civil, Eliseu Padilha, Raul Jungmann, e o de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen.

Ao final do evento, apenas Jungmann e Etchegoyen falaram. O ministro da Segurança Institucional classificou o ataque a Bolsonaro como uma "monstruosidade"  e disse que o "radicalismo pode destruir a democracia" brasileira. Temer deixou o desfile sem falar com a imprensa.

Agressor falou em "motivos pessoais"

Jair Bolsonaro foi esfaqueado na última quinta-feira (6) durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Ele foi levado à Santa Casa de Misericórdia da cidade, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência. Na manhã desta sexta-feira, ele foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Logo após o ataque, Adélio Bispo de Oliveira, 40, foi preso pela polícia. Em depoimento, ele confessou o crime e disse que agiu por "motivos pessoais".

Veja como foi o ataque a Bolsonaro em MG

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