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O candidato do Podemos à Presidência da República, Alvaro Dias, afirmou nesta segunda-feira (10) que os problemas do Brasil não serão resolvidos com "nem a bala nem a facada".

A declaração foi dada durante sabatina de UOL, Folha e SBT quando questionado sobre a fotografia de seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL) divulgada na sexta-feira (7). Na cama do hospital, se recuperando de uma facada no abdômen enquanto fazia campanha em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro fez sinal de armas com as mãos. 

"Primeiro, quero manifestar solidariedade a ele, desejar que ele se recupere prontamente. Agora, temos de pensar no Brasil. São 208 milhões de brasileiros, não apenas um internado no [hospital Albert] Einstein", disse.

"Não é a bala nem a facada. Não é com revólver na cinta. Indignação é uma coisa, eu sou indignado. Sempre fui indignado, sempre. [...] Agora, indignação não se confunde com ódio, com raiva. Nós temos de combater a violência e temos de combater o estímulo à violência. Alimentar o ódio, a raiva, a intolerância é alimentar a violência e a violência confronta a democracia, afronta o Estado de Direito, a violência decorrente do ódio cega a inteligência e certamente destrói os sonhos e esperança de um povo de viver em paz em um país com qualidade de vida", complementou.

Segundo Alvaro Dias, o ataque a Bolsonaro "não mudou nada" o seu dia a dia de campanha. "Não parei um dia de andar nas ruas", disse o candidato do Podemos. Como os demais candidatos, Dias tem direito à segurança reforçada de agentes da Polícia Federal.

Em março deste no, após os ataques à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Paraná, Dias disse que poderia ter havido "encenação" e provocação de apoiadores de Lula para que os atos ocorressem. 

"Olha, é inegável que há provocação. Naquele episódio eu disse que houve provocação, e houve. Um candidato inelegível caminhando como candidato. Isso é provocação. [...] Eu sempre relutei em aceitar que a democracia do país corre risco ou está no chão ou está na UTI. [...] Mas eu acho que pelo menos uma reflexão nós devemos fazer: será que as nossas instituições estão consolidadas? Será mesmo que a nossa democracia não está correndo riscos?", afirmou.

Ele defendeu que um condenado em segunda instância não pode concorrer à Presidência da República e que legislação e o Judiciário foram afrontados. Ele ainda criticou discursos de incentivos à violência de quem coloca "revólver na cinta".

Dias tem 3% das intenções de voto

Alvaro Dias é historiador e professor. Ele já foi deputado estadual e federal, governador e senador pelo estado do Paraná. De acordo com a pesquisa mais recente do Ibope, divulgada na quarta-feira (5), ele tem 3% das intenções de voto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os presidenciáveis serão entrevistados por jornalistas dos três veículos. Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) e Guilherme BouloS (PSOL)  foram os primeiros sabatinados, na semana passada. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio:

• 10/9 – Alvaro Dias (Podemos)
• 11/9 – Geraldo Alckmin (PSDB)
• 12/9 – Cabo Daciolo (Patriota)
• 13/9 – Henrique Meirelles (MDB)
• 14/9 – Jair Bolsonaro (PSL)

Com o atentado contra Bolsonaro, o candidato do PSL não deve participar. Como o PT não indicou o substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa, a sabatina com o presidenciável petista, que estava agendada para 5 de setembro, não aconteceu. A candidatura de Lula foi barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Foram convidados os candidatos dos partidos com representatividade no Congresso (com ao menos cinco parlamentares), conforme determina a legislação eleitoral (lei 13.488/17).

Debates

UOL, Folha e SBT também realizarão um debate entre os candidatos no dia 26 de setembro e, em um eventual segundo turno, no dia 17 de outubro.

Dividido em três blocos, o debate terá transmissão ao vivo pela TV aberta e nos sites do UOL e da Folha. Três jornalistas de cada veículo, assim como nas sabatinas, entrevistarão os candidatos.