Rejeição a Bolsonaro é de 56% entre jovens de até 24 anos, aponta Datafolha
Do UOL, em São Paulo
-
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Líder nas últimas pesquisas de intenção de voto, o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) permanece com alto índice de rejeição, de acordo com o levantamento mais recente feito pelo Datafolha, divulgado nesta sexta-feira (14). A proporção dos que afirmam que não votam nele de modo algum passou de 43% para 44%. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Os outros quatro primeiros colocados do Datafolha também aparecem no top 5 geral de rejeição: Marina Silva (Rede) com 30%; Fernando Haddad (PT) com 26%; Geraldo Alckmin (PSDB) com 25% e Ciro Gomes (PDT) com 21%.
A rejeição é maior entre os jovens de 16 a 24 anos: 56% lhe negam o voto, ou seja, mais da metade dos eleitores nessa faixa etária. Esse índice cresceu dez pontos percentuais em menos de um mês. Era de 46%, em 22 de agosto, saltou para 55%, no dia 10, e passou a 56%, nesta sexta.
Internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, após levar uma facada em Juiz de Fora (MG) no começo do mês, Bolsonaro também apresenta o maior índice de rejeição entre os eleitores de outras faixas etárias.
Somente entre os mais velhos, com 60 anos ou mais, a rejeição ao deputado federal pelo Rio de Janeiro não é amplamente maior do que a objeção a outros candidatos. Nesta faixa, 32% lhe negam o voto, dois pontos percentuais abaixo do índice de Marina. A diferença está dentro da margem de erro da pesquisa.
Rejeição a Bolsonaro, por faixa etária:
- de 16 a 24 anos: 56%
- de 25 a 34 anos: 45%
- de 35 a 44 anos: 45%
- de 45 a 59 anos: 42%
- 60 anos ou mais: 32%
Rejeição ao candidato do PSL aumenta no Sul
Bolsonaro também é o mais rejeitado quando se verificam estratos da população por sexo (homens e mulheres), escolaridade, região do país, natureza do município (região metropolitana e interior) e porte do município (de acordo com o número de habitantes).
Entre as mulheres, a objeção a Bolsonaro permanece elevada: 49%. Na divisão por regiões, o índice mais alto de rejeição é verificado no Nordeste: 51%. Mesmo no Sul, onde ele enfrentava uma rejeição mais baixa, o índice vem subindo: passou de 35%, em 22 de agosto, para 38%, no dia 10, e para 42%, nesta sexta.
Entre mais ricos, rejeição a Bolsonaro, Haddad e Marina
Nos estratos por renda familiar, o candidato do PSL (Partido Social Liberal) aparece com a maior rejeição entre os que ganham até dois salários mínimos (47% não votam nele de forma alguma) e entre os que recebem de dois a cinco salários (45% lhe negam o voto).
Na faixa salarial de cinco a dez salários, o mais rejeitado é Haddad, com um índice de 45%. Entre os mais ricos, as taxas de rejeição aos candidatos diminuem e há empate técnico nos vetos ao deputado, ao petista e a Marina.
Segundo turno embolado
Altos índices de rejeição impõem uma limitação maior à votação do candidato e podem embolar a disputa no segundo turno. A nova pesquisa Datafolha mostra que, apesar de liderar as intenções de voto no primeiro turno, Bolsonaro perde para Ciro Gomes e está em empate técnico com Haddad, Marina e Alckmin nas projeções de segundo turno.
O levantamento aponta que Bolsonaro tem 26% das intenções de voto no primeiro turno. Ciro e Haddad empatam em segundo lugar, com 13%. Alckmin, com 9%, e Marina, com 8%, estão tecnicamente empatados na quarta posição.
O Datafolha entrevistou 2.820 eleitores em 197 municípios entre quinta-feira (13) e esta sexta. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Contratado pelo jornal "Folha de S.Paulo" e pela "TV Globo", o levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR 05596/2018.