Em crítica a Bolsonaro, Haddad diz que contestar eleição é sabotar o país

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, afirmou, durante sabatina realizada por UOL, Folha e SBT, que o resultado da eleição presidencial não deve ser contestado. No domingo, 16), em vídeo nas redes sociais, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, que há "possibilidade concreta" de fraude no primeiro e segundo turnos.

Questionado sobre a afirmação do concorrente, Haddad disse na manhã desta segunda-feira (17) que, na eleição passada, o PSDB contestou o resultado da eleição e, recentemente, o ex-presidente do partido tucano, reconheceu que a sigla errou, colaborando para alavancar a crise política no país.

"Estou em ótima companhia nas minhas afirmações. Recentemente, ex-presidente do PSDB, o senador Tasso Jeiressati, acabou de dizer. Repetiu quase que integralmente meu discurso. Não se deveria contestar resultado eleitoral que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proclamou. Porque o TSE não é petista, acabou de cassar a candidatura do presidente Lula, desautorizando a ONU, desautorizando um tratado internacional", disse o candidato.

Haddad afirmou ainda esperar que a Justiça Eleitoral se manifeste sobre as acusações de que a eleição pode ser alvo de fraude. "Na verdade, quem garante a lisura do processo é o TSE."

Ontem, em vídeo gravado dentro do hospital Albert Einstein, Bolsonaro afirmou: "A narrativa agora [após a divulgação do Datafolha] é que perderei no segundo turno para qualquer um. A grande preocupação não é perder no voto, é perder na fraude. Então, essa possibilidade de fraude no segundo turno, talvez no primeiro, é concreta".

O candidato do PT afirmou, ainda, esperar que a maioria do Congresso eleita neste ano discorde de Bolsonaro. "Existe um cansaço muito grande da classe política do país de sabotar o país. Não é tão representativo, na minha opinião, não deve fazer uma grande bancada. O país precisa de paz", afirmou.

Advogado e professor, Haddad foi prefeito de São Paulo (2013 - 2016) e, entre 2005 e 2012, ocupou o cargo de ministro da Educação nos governos de Lula e de Dilma Rousseff (PT). De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta (14), Haddad subiu de 9% para 13% das intenções de voto, empatado tecnicamente em segundo lugar com Ciro Gomes (PDT, 13%). Jair Bolsonaro (PSL) lidera com 26%.

Sabatinas e debates

A sabatina com o candidato do PT seria realizada no dia 5 de setembro, mas não aconteceu porque, na época, o candidato era o ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva e ele está preso em Curitiba. Lula teve a candidatura barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no dia 31 de agosto, e o PT anunciou Haddad como o substituto na corrida presidencial no dia 11.

Convidados, dois candidatos não participaram das entrevistas. Jair Bolsonaro (PSL) está internado. A sabatina com o candidato Cabo Daciolo (Patriota), agendada para quarta-feira (12), foi cancelada por ele, que está em período de "jejum e orações".

Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL) e Henrique Meirelles (MDB) já participaram das entrevistas. Foram convidados os candidatos dos partidos com representatividade no Congresso (com ao menos cinco parlamentares), conforme determina a legislação eleitoral.

UOL, Folha e SBT também realizarão um debate entre os candidatos no dia 26 de setembro e, em um eventual segundo turno, no dia 17 de outubro. Dividido em três blocos, o debate terá transmissão ao vivo pela TV aberta e nos sites do UOL e da Folha. Três jornalistas de cada veículo, assim como nas sabatinas, entrevistarão os candidatos.

Veja íntegra da sabatina UOL, Folha e SBT com Fernando Haddad (PT)

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

UOL Cursos Online

Todos os cursos