Alckmin reforça ataques a Bolsonaro e usa #EleNão em propaganda na TV

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, reforçou os ataques a Jair Bolsonaro (PSL) e citou a campanha de mulheres #EleNão em seu programa eleitoral de televisão na noite desta terça-feira (25).

Alckmin dedicou 2 dos 5 minutos e meio de seu horário na TV para criticar a relação de Bolsonaro com as mulheres. O trecho começa com a declaração do vice na chapa de Bolsonaro, Hamilton Mourão (PRTB), de que áreas carentes "onde não há pai e avô, mas, sim, mãe e avó" seriam "fábrica de elementos desajustados" para o tráfico de drogas.

Logo depois, imagens de uma mulher em casa com um jovem são mostradas enquanto uma voz feminina diz que "tem escolha" para votar para presidente, e que não pode escolher "alguém que divida assim o país". 

Ao fim da mensagem, a voz de mulher diz que, "diante dessa briga toda, eu já fiz a minha escolha: ele não, Geraldo Alckmin sim."

Em seguida, a campanha tucana mostra várias imagens de desentendimentos de Bolsonaro com mulheres. O programa também cita o ataque virtual contra o grupo "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro", que mobiliza nas redes sociais a campanha #EleNão. Durante o ataque virtual, foram publicadas no grupo mensagens e imagens em apoio a Bolsonaro.

Alckmin disputa o eleitorado antipetista com Bolsonaro e mira a rejeição feminina ao candidato do PSL, que segundo a pesquisa Ibope desta segunda (24) chega a 54%. A rejeição do tucano entre as mulheres é de 16%.

Um outro aceno de Alckmin às mulheres ocorreu logo no início do programa. Quem abriu a propaganda foi a vice de sua chapa, Ana Amélia Lemos (PP), chamando de "mentiras deslavadas" uma suposta disposição dela e de Alckmin a apoiar o PT. 

O candidato do PSDB só aparece no programa na metade final, acusando a candidatura de Bolsonaro de propor que "os pobres paguem mais imposto que os ricos" e dizendo que o voto pode evitar "menos direitos para as mulheres".

O economista Paulo Guedes, que assessora Bolsonaro, propôs a isenção de imposto de renda para quem ganha até cinco salários mínimos e uma alíquota única de 20% acima desse valor. Bolsonaro disse que a ideia de Guedes é "ousada".

Alckmin não cita o nome de Bolsonaro, mas ataca diretamente o PT, dizendo que o partido quebrou o país. No fim, o programa ainda busca mostrar o tucano como alternativa viável para derrotar o PT no segundo turno, por aparecer à frente de Fernando Haddad (PT) na simulação de segundo turno feita pelo Ibope, enquanto Bolsonaro fica atrás do petista.

A duas semanas do primeiro turno, Alckmin mostra estagnação nas pesquisas de intenção de voto. Nas quatro pesquisas feitas pelo Ibope em setembro, o tucano oscilou entre 7% e 9%. Na última, de ontem, Alckmin teve 8%, longe dos 28% do líder Bolsonaro e dos 22% de Haddad, o segundo colocado.

Além de distante de Bolsonaro e Haddad, o candidato do PSDB estava tecnicamente empatado com Ciro Gomes (PDT), com 11%, e Marina Silva (Rede), com 5%. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

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