Ciro diz que estará ao lado da democracia no 2º turno e que vai "tomar uma"

Luciana Amaral

Do UOL, em Fortaleza

Fora do segundo turno após ficar em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto, o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) deu uma breve entrevista em frente a sua casa na noite deste domingo (7) em Fortaleza em que afirmou que, na próxima etapa da eleição presidencial, ficará "ao lado da democracia" e contra o fascismo.

O segundo turno será disputado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)Embora não tenha dito, nominalmente, quem apoiará, o pedetista soltou um "ele, não", mesma expressão que rendeu hashtag para promover protestos contra o candidato do PSL, em sinalização a um apoio ao candidato petista.

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Ciro disse que vai "pensar um pouquinho" e pode anunciar a decisão nesta segunda (8), embora agora represente um "grupo muito grande de forças". Ele disse ainda enxergar a polarização entre Haddad e Bolsonaro com "com muita angústia e preocupação".

"Uma coisa eu posso adiantar logo, como vocês já viram: minha história de vida é uma história de vida de defesa da democracia e contra o fascismo", falou. "Ah, ele, não, sem dúvida."

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Ciro agradeceu "especialmente o Ceará" pelos votos recebidos. "Esse é o sentimento com que eu termino, de profunda gratidão".

"Estou cheio de gratidão pelos milhões de brasileiros que aceitaram minha mensagem. Estou muito agradecido. Assim, especialmente agradecido pelo Ceará, que é o estado que me conhece de perto, sabe dos meus defeitos, das minhas humanidades e me deu uma vitória absolutamente extraordinária. Esse é o sentimento com que eu termino: gratidão, profunda gratidão ao povo brasileiro", declarou.

Minutos antes de falar com jornalistas, o presidenciável pedetista agradeceu o apoio recebido durante a campanha eleitoral por meio de uma frase no Facebook: "muito obrigado, Brasil!", em cima de uma imagem dele cumprimentando eleitores. A postagem foi publicada às 20h50.

Na entrevista, Ciro disse que agora iria "tomar uma para espalhar o sangue" com aliados e assessores para comemorar as vitórias do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), reeleito, e de seu irmão Cid, eleito para o Senado. Ele chamou a vitória de Camilo de "superlativa" e disse que Cid é seu "orgulho". O pedetista também exaltou os números conquistados pela coligação na Assembleia Legislativa.

Da confiança à dispersão

Esta é a terceira vez que Ciro Gomes se candidata à Presidência. Ele também se lançou na corrida presidencial em 1998 e 2002, sem sucesso.

A equipe de Ciro ainda se dizia confiante hoje à tarde acreditando que poderia virar em cima de Fernando Haddad e passar para o segundo turno com Jair Bolsonaro. A expectativa era de que o pedetista tivesse crescido nessas últimas 48 horas - dias que os institutos de pesquisa não cobriram em sua totalidade - a ponto de ganhar, mesmo que por pequena margem, do petista.

Mais cedo, ao votar, Ciro reconheceu que poderia perder "por um tiquinho" ou "ganhar por um montão". "É imenso mesmo o movimento [de crescimento]. Posso perder por um tiquinho de nada ou ganhar por um montão. Não dá pra saber, porque o povo brasileiro está em revolução neste momento", declarou.

No entanto, a expectativa não se concretizou. Quando definido matematicamente que o segundo turno ficaria entre Haddad e Bolsonaro, o clima no comitê do PDT em Fortaleza era de resignação. Cerca de 250 apoiadores, segundo estimativa feita pela reportagem, assistiam à apuração por meio de um telão instalado no estacionamento do local. 

As únicas comemorações foram quando anunciadas as vitórias de Camilo Santana e de Ciro, Cid, eleito para o Senado. Nenhum dirigente do partido compareceu. 

Às 20h30, sem mais possibilidades de virada, a concentração começou a se dispersar. Vendedores de comida em barraquinhas arrumaram seus materiais e foram embora. 

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