Rui Costa é reeleito governador da Bahia; PT ganha 4º mandato seguido

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

  • Raul Golinelli/Governo da Bahia

    Rui Costa, candidato reeleito do PT ao governo da Bahia

    Rui Costa, candidato reeleito do PT ao governo da Bahia

O governador Rui Costa (PT), 55, foi reeleito em primeiro turno neste domingo (7) pelos baianos, levando seu partido à quarta vitória consecutiva no Estado --antes de Costa, Jaques Wagner foi eleito governador por duas vezes, em 2006 e 2010.

Com 98% das urnas apuradas, Rui Costa tinha 75,5% dos votos (5 milhões de votos). Em seguida, vinha Zé Ronaldo (DEM) com 22,3% (1,4 milhão).

Na disputa pelo Senado, o eleitos foram: o ex-governador Jaques Wagner (PT) e Ângelo Coronel (PSD) (leia mais abaixo).

Como foi a campanha

Favorito desde o início da campanha, Rui Costa conseguiu fechar um grande arco de alianças, com 13 partidos, além do PT: PP, PDT, PSD, PSB, PCdoB, PR, PMB, PRP, PODE, Avante, PMN, PROS e PTC.

Apesar da vitória folgada, o petista não previa facilidade, mas teve o caminho ajudado em março, quando o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), surpreendeu ao desistir da candidatura ventilada e não renunciar do comandando a capital baiana.

Sem ACM Neto, o DEM lançou o nome do ex-prefeito de Feira de Santana Zé Ronaldo para tentar desbancar Rui Costa, mas sem ser muito conhecido no estado não conseguiu em momento algum ameaçar a reeleição do governador.

Na campanha, Costa usou por diversas vezes a popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sempre o citando em discursos debates, programa eleitoral e redes sociais. Até o plano de governo fala dele e do impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Sempre atacado e vinculado ao governo Michel Temer (MDB), Zé Ronaldo usou e abusou da imagem de ACM Neto --com quem aparecia ao lado com frequência e em eventos públicos. "Feira de Santana e Salvador mostraram que se pode melhorar a vida das pessoas com a crise da Bahia e do Brasil", dizia em propaganda.

Já outro nome conhecido na disputa era o ex-prefeito de Salvador João Henrique Carneiro (PRTB), que tentou colar no seu candidato a presidente, Jair Bolsonaro (PSC), sempre apelando para o discurso da segurança pública e para sua associação com o candidato social cristão.

Propostas

Rui Costa fez uma série de promessas para várias áreas. Na educação, garantiu que fará 60 nova escolas e 600 quadras cobertas, além de pelo menos um curso profissionalizante em cada um dos 417 municípios da Bahia. Também diz que fará novos e reformas em hospitais, construirá 16 policlínicas, cinco maternidades e cinco unidades de oncologia.

Já na segurança, a proposta de Rui prevê ampliar ações de inteligência por meio da tecnologia, implantar videomonitoramento com reconhecimento facial e de veículos e estimular serviços sociais das Bases Comunitárias de Segurança.

Por fim, na área de água e saneamento, diz que serão construídos 34 novos sistemas de esgotamento sanitário, duas barragens e sete novas adutoras. 

Até a sexta-feira (5), a campanha de Costa tinha recebido R$ 6,5 milhões. Quase metade desses recursos --R$ 2,1 milhões-- foi repassada pelo diretório nacional do PT. Do valor recebido, somente os programas de rádio e TV tiveram gastos de R$ 3,7 milhões.

Quem é Rui Costa?

Rui Costa é um dos fundadores do PT. Nascido em Salvador, é formado economia pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e antes de ser governador foi vereador por dois mandatos em Salvador --entre 2001 e 2008.

Em 2010, foi eleito deputado federal. Cria de Jaques Wagner, Costa ocupou as pastas de secretário de Relações Institucionais e da Casa Civil no governo estadual entre 2007 e 2013.

Jaques Wagner e Ângelo Coronel são eleitos para o Senado

Na disputa pelo Senado, o ex-governador Jaques Wagner (PT) ficou com uma das vagas da Bahia. Ex-ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff, Wagner arrecadou R$ 1,9 milhão para se eleger, segundo a prestação de contas parcial ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O nome do petista chegou a ser cotado a substituir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela presidência, mas acabou deixando para Fernando Haddad (PT).

Mateus Pereira/GOVBA
O ex-governador Jaques Wagner (PT) ficou com uma das vagas da Bahia

A outra vaga ao Senado ficou com Ângelo Coronel (PSD), que estava na mesma chapa de Wagner e Costa.

Engenheiro de formação, Ângelo foi prefeito de Coração de Maria (1989-1992) antes de se tornar deputado estadual, por onde atua há cinco mandatos consecutivos. Para se eleger, ele gastou R$ 1,4 milhão, segundo prestação de contas parcial.

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