No Dia das Crianças, Doria e França "duelam" por apoio infantil
Luciana Amaral e Flávio Costa
Do UOL, em Brasília e em Aparecida (SP)
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Danilo Verpa/Folhapress
Na Casa Hope, criança "fugiu" da abordagem de João Doria nesta quinta-feira (11)
Nesse 12 de outubro, Dia das Crianças, os dois pleiteantes ao governo de São Paulo dedicaram agendas de campanha aos "baixinhos". Tanto João Doria (PSDB) quanto Márcio França (PSB) focaram as agendas em visitas a instituições beneficentes. O tucano foi à ABCD (Associação Beneficente a Criança Desamparada) e o pessebista, após a passagem por Aparecida, foi até o GACC (Grupo de Assistência à Criança com Câncer).
Após um menino "fugir" da abordagem de Doria em agenda de campanha ontem, seu adversário na disputa pelo governo paulista, Márcio França, afirmou hoje que as crianças sabem diferenciar o que é "falso" e "verdadeiro".
"O Doria? Até criança fugiu dele, né? Criança é mais sensível. Ele foi dar a mão para a criança ontem e ela se escondeu debaixo da mesa. A sensibilidade das pessoas fica muito aflorada. O que é falso e o que é verdadeiro acaba aparecendo", declarou França ao comparecer ao Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, para participar da missa no dia da padroeira, acompanhado da mulher. Ele citou o episódio duas vezes em conversa com os jornalistas.
Nesta quinta (11), Doria visitou a Casa Hope, que abriga crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer. Ao tentar cumprimentar um menino, ele fugiu para debaixo de uma mesa. No local, Doria prometeu ampliar a rede de apoio a pacientes, se eleito.
Nesta sexta, Doria ressaltou a necessidade de se trabalhar junto às prefeituras para acolher crianças em situação de vulnerabilidade e aumentar os recursos para os abrigos. A prefeitura de São Paulo, por exemplo, atualmente não recebe verba do governo estadual para manter as estruturas, disse.
Márcio França afirmou que, caso seja eleito, pressionará o governo federal para atualizar a tabela de remédios de alto custo do SUS (Sistema Único de Saúde), proverá o pagamento de medicamentos de forma rápida e apoiará entidades que promovem um trabalho auxiliar ao do Estado.
Após defender o candidato derrotado à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, França disse que o Brasil precisa de estabilidade e pediu otimismo diante do cenário político. Oficialmente, ele se mantém neutro na disputa presidencial, mas já disse que não apoiará o PT.
Ele também criticou Doria por apoiar Jair Bolsonaro (PSL) a partir da véspera do primeiro turno, quando a candidatura de Alckmin estava sepultada. França conta com a simpatia do senador eleito pelo PSL em São Paulo, Major Olímpio. Nesta sexta, Doria chamou França de "petista enrustido" e disse desejar apresentar propostas nos debates televisivos.
"Reafirmo que o nosso campo é o campo azul, é o campo verde e amarelo, é o campo Jair Bolsonaro. É o campo que quer um programa liberal de crescimento, desenvolvimento, geração de emprego e renda. Não queremos mais o atraso de Lula, de Fernando Haddad, o socialismo de Márcio França", falou Doria. À tarde, o tucano viajou para o Rio de Janeiro para se encontrar com Bolsonaro.
Em Aparecida, França não se prolongou no assunto político e disse que se concentrará no 20% do eleitorado paulista ainda não o conhecem.
No primeiro turno das eleições, Doria ficou com 31,77% dos votos válidos, e França com 21,53%. Ainda não foram divulgadas pesquisas de intenção de voto para o governo de São Paulo com projeções para o segundo turno.
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