Em ato do PT, irmão de Ciro diz que partido vai perder "feio" a eleição

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

O irmão do candidato derrotado a presidente Ciro Gomes (PDT) e senador recém-eleito pelo Ceará, Cid Gomes (PDT), discutiu com manifestantes durante ato de lançamento da campanha de Fernando Haddad (PT), em Fortaleza, na noite desta segunda-feira (15). Ele disse que o PT vai "perder feio a eleição", e que isso é merecido pelos erros cometidos pelo partido à frente da Presidência.

"Tem que fazer um mea-culpa, tem pedir desculpa, ter humildade e reconhecer que fizeram muita besteira, é assim", disse, sendo xingado por um dos participantes.

"Pois tu vai perder a eleição, não admite o mea-culpa. Os erros que cometeram é para perder a eleição (...) porque fizeram muita besteira, porque aparelharam as repartições públicas, porque acharam que eram dono de um país, e o Brasil não aceita ter dono, é um país democrático", afirmou, sob vaias do público. 

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Antes de se irritar com os militantes presentes ao hotel de luxo, Cid chegou a falar ao público e foi bastante aplaudido ao elogiar Haddad e dizer que vota nele "com muito prazer." O problema do irmão de Ciro Gomes com a plateia começou a ocorrer quando ele cobrou um pedido de desculpas do partido e reconhecimento pelos erros cometidos na Presidência.

Cid Gomes foi convidado para ser o primeiro a falar, mas acabou se irritando e "culpou" o PT pelo sucesso de Jair Bolsonaro (PSL)

"Quem criou Bolsonaro foram essas figuras, que se acham donos da verdade, que acham que podem fazer tudo, que acham que os fins justificam os meios. Muito bem, eu me calo numa boa. Não sei porque me pediram para falar antes", disse,

Após essa fala, a plateia puxou o tradicional grito de olê, olê, ole, olá, Lula, Lula. Nesse momento, Cid voltou a atacar um dos participantes do ato. "O Lula tá preso, babaca. E vai fazer o quê? Babaca, babaca! Isso é o PT, e o PT desse jeito merece perder, só pra rimar. É esse sentimento que vai perder a eleição", concluiu.

Coligação com o PT no Estado

No Ceará, Cid Gomes liderou a coligação com o PT, que reelegeu em primeiro turno o governador petista Camilo Santana --que teve a maior votação percentual entre todos os candidatos ao governo do país.

Além de Camilo, o PDT apoiou informalmente ainda na chapa o senador Eunício Oliveira (MDB) --que acabou perdendo a reeleição e anunciou aposentadoria da vida pública.

Durante o discurso, Cid chegou a dizer que convidou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para ser candidata ao Senado pelo Ceará, mas disse que teve o pedido recusado pelo ex-presidente Lula. Dilma optou pelo domicílio eleitoral em Minas Gerais, mas acabou derrotada.

"Porque ele queria que o Eunício fosse eleito. O Lula, o Lula. Então, vamos relevar mais uma vez, mais uma vez vamos relevar", falou Cid nesta noite, antes de mandar "beijinho, beijinho, e tchau, tchau" para o público, que o vaiava e o aplaudia ao mesmo tempo.

Logo após a fala, Cid deixou o local cercado de seguranças e aos gritos de "Cid" e muitas vaias de militantes. Ele chegou a conversar com pessoas que reclamaram do discurso, mas deixou o local em seguida sem maiores problemas.

Irmão de Cid, Ciro Gomes terminou o primeiro turno na terceira colocação, e Fernando Haddad já fez diversos acenos para contar com o pedetista no palanque e até em um eventual governo. Ciro, por sua vez, se recusou a manifestar apoio nominal ao petista - o PDT anunciou apoio "crítico" ao candidato - e viajou para a Europa, de onde deve voltar a poucos dias da votação do segundo turno.

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