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O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) recebeu nesta terça-feira (23) o apoio de um grupo prefeitos, que se juntaram à campanha do candidato a presidente em costura feita pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

O UOL procurou as duas principais entidades municipalistas do país, a FNP (Frente Nacional dos Prefeitos) e a CNM (Confederação Nacional de Municípios), que desconhecem qualquer movimento de prefeitos em apoio a Bolsonaro.

Um grupo de 17 gestores municipais, que diz representar 3.639 prefeitos, esteve nesta tarde na casa do candidato, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Antes disso, o presidenciável teve um encontro com parlamentares da bancada da bala na Câmara Federal.

Os prefeitos entregaram ao pesselista um manifesto com temas de interesse comum. "Entramos nos momentos finais dessa jornada e nosso trabalho se intensifica ainda mais. Conte conosco, capitão", diz o documento, que não traz assinaturas.

Lorenzoni, cotado para ocupar a Casa Civil em eventual governo pesselista, afirmou que o movimento não foi coordenado por uma entidade, e sim por uma ação "espontânea" dos gestores municipais. Os 3.369 políticos que declararam apoio a Bolsonaro representam 63% dos prefeitos brasileiros.

O estado com o maior número prefeitos pró-Bolsonaro seria Minas Gerais: 667 gestores das 853 cidades mineiras apoiam o capitão reformado do Exército. São Paulo tem 499 prefeitos, e o Paraná, 322.

Lorenzoni disse ter a expectativa de ampliar o apoio de gestores municipais até a próxima sexta, chegando a 4.000 a dois dias da votação do segundo turno.

"Até a sexta-feira, acreditamos que passaremos com facilidade da marca de 4.000 prefeitos brasileiros, que estão aqui pelas suas representações confirmando o apoio a Bolsonaro."

Segundo o parlamentar gaúcho, se eleito, Bolsonaro terá como plataforma a descentralização de recursos em benefício das prefeituras, buscando reduzir a burocracia e aumentar os repasses.

"Nós moramos nas cidades. Nós não moramos nos estados e nem na ficção chamada Brasília. Ao longo dos últimos 50 anos no Brasil, os recursos foram concentrados em Brasília porque gerava poder e o obrigatório 'beija-mão' dos prefeitos com o presidente da República".

"Os prefeitos são o para-choque da sociedade. O drama e a alegria de cada pessoa, família e comunidade bate na prefeitura que eles administram."

Questionados sobre a presença de capitais brasileiras na lista dos prefeitos que declararam apoio, Lorenzoni minimizou. "Estamos falando de municípios com 3.000, 4.000, 5.000 habitantes. (...) O simbólico desse documentos não são propriamente as capitais, e sim os municípios brasileiros onde vivem milhões e milhões de brasileiros jogados a própria sorte."

Procurada pela reportagem, a assessoria da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), que representa os 400 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes disse desconhecer o documento.

A assessoria da CNM (Confederação Nacional de Municípios) informou que não tinha ciência ou participação no manifesto.

As entidades, no entanto, não foram citadas pela campanha de Bolsonaro em qualquer momento.

Em nota, a FNP voltou a negar vinculação ao candidato. "A Frente Nacional de Prefeitos afirma que, como instituição suprapartidária e democrática, dirigida exclusivamente por prefeitas e prefeitos em exercício dos mandatos, não declara apoio a nenhum dos candidatos à presidência da República. A entidade (...) não é responsável por nenhum posicionamento de apoio institucional, embora seus afiliados sejam livres para fazer suas escolhas partidárias, e desconhece o levantamento apresentado", diz o texto.