Após derrota, PT diz que não vai pedir cassação da chapa de Bolsonaro
Ana Bermúdez, Bernardo Barbosa e Leonardo Martins
Do UOL, em São Paulo
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Ricardo Matsukawa/UOL
Fernando Haddad (PT) em seu primeiro discurso após a eleição de Jair Bolsonaro
O PT não vai pedir a cassação da chapa de Jair Bolsonaro (PSL) e deve aguardar a investigação do esquema de propaganda ilegal contra a candidatura de Fernando Haddad, disseram integrantes do partido neste domingo (28) após o anúncio da vitória do adversário na eleição presidencial.
"Está em andamento o pedido de investigação que, se concluído positivamente, levaria à futura impugnação. Mas não faremos um pedido específico agora", disse Emídio de Souza, um dos coordenadores da campanha de Fernando Haddad.
Segundo o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, que integrou o governo de Dilma Rousseff, ainda é necessário investigar se houve abuso de poder econômico para se impugnar a candidatura de Bolsonaro. "Se não houver provas, que se respeite as urnas, mas não significa que teremos uma posição de conivência", afirmou.
Outra fonte ligada ao PT ouvida pela reportagem disse que a impugnação não deve ser pedida porque o partido "sempre foi contra contestar as instituições".
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já investiga se Bolsonaro se beneficiou dos disparos por WhatsApp com propaganda contra o PT, pagos por empresários, que foram denunciados em reportagem da Folha de S. Paulo. Na sexta, o UOL revelou que registros de envios feitos pela campanha de Bolsonaro foram apagados horas após a publicação da reportagem da Folha.