'Risco à democracia é desistirmos dela', diz FHC, que não revela votos
Guilherme Mazieiro
Do UOL, em São Paulo
-
Guilherme Mazieiro/UOL
Após votar no início desta tarde de domingo (28) na região central de São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que o candidato eleito terá que seguir a democracia, que "é regra que povo quer", mas não revelou em quem votou para presidente, nem governador.
"Um risco à democracia é se nós desistirmos dela. Eu não vou desistir. Já passei por períodos autoritários. Eu não acho que nós vivemos uma situação semelhante. A maioria tem que ser respeitada, ganhe quem ganhar. A Constituição tem que ser respeitada", disse.
Abordado por eleitores e jornalistas sobre os candidatos em quem votou, FHC seguiu evadindo-se e disse que "o voto é secreto".
Na semana, no Twitter, o tucano se disse contrário a Jair Bolsonaro (PSL), mas não declarou voto a Fernando Haddad (PT).
Fidelidade
Sobre a corrida estadual, em que um candidato de seu partido, João Doria, compete com Marcio França (PSB), FHC fez declarações abertas:
"Eu sou presidente de honra de um partido. Não tenho vivência prática no partido. E geralmente mantenho as minha lealdades ", disse.
Ele ainda afirmou que o PSDB deverá desempenhar um papel de "oposição não ao país. Oposição às coisas que forem erradas do nosso ponto de vista", disse.
Nesta manhã, também pelas redes sociais, o ex-presidente expressou incredulidade com o cenário político do país.
Ganhe quem ganhar, os problemas são iguais:voltar a crescer e criar empregos. Reduzir o déficit e trazer confiança. Constituição respeitada, a maioria prevalece mas respeita a minoria, aceita a diversidade; segurança para todos. Menos arrogância, mais competência. São meus votos.
— Fernando Henrique Cardoso (@FHC) October 28, 2018
No primeiro turno, o ex-presidente apoiou o candidato do seu partido, Geraldo Alckmin. Ele recebeu um pouco menos de 5% dos votos.