Devido a ofensas, Haddad não ligará para Bolsonaro para dar parabéns
Ana Carla Bermúdez, Bernardo Barbosa e Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo
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Arte/UOL
Haddad e Bolsonaro votando
O candidato derrotado à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, não ligará para seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), para parabenizá-lo pela vitória neste segundo turno.
Segundo uma fonte próxima a Haddad, o petista não fará contato com Bolsonaro devido às ofensas pessoais que o pesselista direcionou a ele ao longo da campanha.
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A vitória matemática de Jair Bolsonaro foi decretada às 19h18 deste domingo (28), com pouco mais de 94% das urnas apuradas em todo o Brasil.
No hotel onde Haddad e a cúpula do PT acompanharam a apuração da votação, em São Paulo, o clima era de muita tristeza após a divulgação da derrota. No lobby do hotel, militantes petistas se abraçavam e choravam quando foi anunciado que Bolsonaro estava matematicamente eleito.
A primeira reação mais forte dos militantes petistas após a confirmação da vitória do adversário foi chamá-lo de "fascista". Os gritos surgiram a partir da exibição ao vivo do discurso de Bolsonaro no telão no salão do hotel. "Fascistas, fascistas, não passarão", gritaram os militantes.
Haddad acompanhou a apuração em um local reservado. Petistas como Luiz Marinho, Paulo Teixeira e Jilmar Tatto prontamente deixaram de circular pelo lobby do hotel assim que foi confirmada a vitória de Bolsonaro.
Em uma sala do hotel, a imprensa e a militância aguardam um pronunciamento de Haddad, que deve acontecer em instantes.
Enquanto Haddad decidiu não ligar para Bolsonaro, o atual presidente, Michel Temer (MDB), já telefonou para o eleito. "Terminada a eleição, é hora de todos, unidos, continuarmos a trabalhar pelo Brasil", escreveu Temer nas redes sociais.
Trocas de acusações e ofensas
Ao longo do segundo turno, Bolsonaro e Haddad trocaram diversas acusações e suas campanhas fizeram propagandas de TV em alto tom de agressão.
Nas últimas semanas, Haddad se disse vítima de disparos em massa de fake news contra ele e sua família.
As duas campanhas travaram brigas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para tirar do ar inserções adversárias. Poucos pedidos foram acatados pela corte, cuja presidente, Rosa Weber, tentou, sem sucesso, promover reuniões de conciliação entre representantes dos presidenciáveis e um compromisso de não-agressão.