O que pensam e o que falam Bolsonaro e Haddad sobre como governar o país
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Arte/UOL
O candidato da extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) e seu adversário da esquerda, Fernando Haddad (PT), que vão disputar o segundo turno para a Presidência da República neste domingo, 28 de outubro, têm propostas diametralmente opostas para o país. Veja quais são:
Candidatos, partidos, lemas
JAIR BOLSONARO, 63 anos - ex-deputado federal, capitão do Exército na reserva - Lema: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos"
FERNANDO HADDAD, 55 anos - Ex-ministro da Educação (2005-2013) - Ex-prefeito de São Paulo (2013-2016) - Partido dos Trabalhadores (PT) - Lema: "O povo feliz de novo".
Economia: austeridade e privatizações
Bolsonaro
- Redução da dívida pública em 20% mediante privatizações, concessões e venda de propriedades da União.
- Criação de um sistema paralelo de aposentadoria por capitalização.
- Criação de um super-ministério da Economia, reunindo os atuais da Fazenda, Indústria e Planejamento. Contudo, ele afirmou recentemente que o da Indústria poderia ser mantido a parte.
Haddad
- Revogação do congelamento do gasto público e da flexibilização da legislação trabalhista, aprovadas pelo governo de Michel Temer.
- Interromper as privatizações.
- Redução da dívida graças ao "retorno do pleno emprego" e medidas contra a evasão fiscal.
Segurança
Bolsonaro
- Flexibilizar a legislação sobre o porte de armas.
- Reduzir a maioridade penal de 18 para 17 anos.
- "Proteção jurídica" aos policiais que matarem suspeitos com sua arma em serviço.
- "Tipificar como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas".
Haddad
- Mudança radical da política atual antidrogas, "errônea, injusta e ineficaz", tomando como exemplo a experiência de descriminalização de outros países.
- "A política de controle de armas e munições deve ser aprimorada, reforçando o rastreamento" do armamento.
- Melhor coordenação dos serviços de inteligência para lutar contra o crime organizado
Corrupção
Bolsonaro
- "Propomos um governo decente, diferente de tudo aquilo que nos jogou em uma crise ética, moral e fiscal".
- Diminuir para 15 o número de ministérios, a fim de limitar os arranjos entre partidos.
Haddad
- Defende "maior transparência e prevenção à corrupção", mas considera que "a pauta do combate à corrupção não pode servir à criminalização da política".
Diplomacia
Bolsonaro
Deixaremos de louvar ditaduras assassinas e desprezar ou mesmo atacar democracias importantes como EUA, Israel e Itália
Haddad
O Brasil deve retomar e aprofundar a política externa de integração latino-americana e a cooperação sul-sul (especialmente com a África), de modo a apoiar, ao mesmo tempo, o multilateralismo, a busca de soluções pelo diálogo e o repúdio à intervenção e a soluções de força
Educação
Bolsonaro
- Ele preconiza uma renovação dos programas escolares, com "mais matemática, ciências e português, sem doutrinação e sexualização precoce". Quer abrir escolas administradas pelos militares.
Haddad
- Propõe programas com "uma perspectiva inclusiva, não-sexista, não-racista e sem discriminação e violência contra LGBTI+ na educação e demais políticas públicas".
Aborto
Bolsonaro
- O programa de Bolsonaro não menciona o aborto, que, no país, é autorizado em caso de risco para a vida da mãe ou de fetos com anencefalia. O candidato prometeu vetar qualquer tentativa de flexibilização desta lei.
Haddad
- O programa do PT tampouco faz referência ao aborto. Em 11 de outubro, após visitar a sede da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Haddad destacou sua concordância com temas que a Igreja Católica considera essenciais, como a preservação da vida.
LGBTI
Bolsonaro
- Não há nenhuma menção no programa de Bolsonaro aos direitos dos LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, e Intersexuais). Várias de suas declarações foram abertamente homofóbicas.
- Na campanha tentou se mostrar mais amigável. Em uma entrevista recente a uma rádio de Pernambuco, disse respeitar as opções de adultos e declarou: "Os homossexuais serão felizes se eu for presidente".
Haddad
- O programa de Haddad tem um capítulo intitulado "Promover a cidadania LGBT+", que propõe a "criminalização da LGBTIfobia" e promete criar iniciativas de inserção educativa e trabalhista "a pessoas travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade".
Meio ambiente
Bolsonaro
- O candidato do PSL, que conseguiu apoio da bancada do agronegócio no Congresso, propõe em seu programa reunir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, ainda que recentemente tenha dito que poderia voltar atrás nessa questão. As palavras desmatamento, Amazônia e aquecimento global estão ausentes do documento.
Haddad
- O programa de Haddad se propõe a chegar a uma "taxa zero de desmatamento até 2022, sem reduzir a produção agropecuária "graças a um uso mais eficiente" das terras de cultivo e do pasto.
- Também se propõe a iniciar uma transição para "uma economia justa e de baixo carbono, contribuindo decisivamente para conter aquecimento global".