Haddad diz que campanha de 2018 é a mais baixa de todas e culpa Bolsonaro
Eduardo Laguna
São Paulo
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Andre Penner/AP
Fernando Haddad concede entrevista coletiva em São Paulo
Numa queixa às notícias falsas disseminadas pelas redes sociais para favorecer seu adversário na disputa do segundo turno da corrida ao Planalto, o ex-prefeito Fernando Haddad classificou a campanha deste ano como "a mais baixa de todos os tempos". Segundo ele, Jair Bolsonaro, candidato do PSL, é o maior responsável pelo nível da disputa pela sucessão presidencial.
"É a campanha mais baixa de todos os tempos porque ele Bolsonaro quis criar esse clima. Esse clima favorece a campanha dele", declarou o petista.
O candidato concedeu entrevista após se reunir com a ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla, que chefia a missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que acompanha o processo eleitoral brasileiro.
Haddad disse que entregou a OEA um material sobre o uso ilegal de redes sociais, especialmente o WhatsApp, no primeiro turno. Segundo ele, os últimos três dias da campanha do primeiro turno foram marcados por uma "avalanche" de notícias falsas. O presidenciável pediu atenção da OEA para que o mesmo não se repita até domingo.
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Haddad, que viaja hoje para o Nordeste, informou que voltará a São Paulo para, no sábado, encerrar sua campanha na favela de Heliópolis. Ele negou, contudo, que a decisão de fechar a campanha na periferia de São Paulo seja uma reposta ao discurso do rapper Mano Brown, que cobrou que o PT retomasse a comunicação com suas bases. "Já estava planejado", afirmou o ex-prefeito.
Na busca por apoio à sua candidatura, Haddad confirmou que ligou ao presidente do PDT, Carlos Lupi, para alertá-lo sobre o que chamou de "onda da virada" e que aguarda um retorno do pedetista. Disse que, com o apoio de Ciro Gomes, candidato do PDT no primeiro turno, fica mais fácil reverter a desvantagem para Bolsonaro indicada pelas pesquisas de intenção de voto. Ele também aproveitou para destacar a importância das declarações de voto no petista feitas por Marina Silva (Rede) e Alberto Goldman (PSDB).
De acordo com Haddad, o apoio de Goldman, um adversário histórico do PT, reflete a preocupação de setores mais centristas da política com o significado da eleição de Bolsonaro. "Tem que ter grandeza para perceber os riscos que o País está correndo", declarou o candidato.