Rave da ditadura e escavadeira na ecologia: o 2º turno na mídia europeia

  • Montagem/UOL

A reta final da campanha presidencial brasileira ganha espaço nos principais meios europeus, que focam sua cobertura em tentar destrinchar a figura de Jair Bolsonaro, favorito nas pesquisas, e de seus eleitores.

Veja como a imprensa europeia está tratando o segundo turno da eleição brasileira.

Süddeutsche Zeitung (Alemanha) - Cegos ante a ameaça Bolsonaro

Antes da eleição do domingo, a maioria dos brasileiros parece não achar nenhum dos candidatos bom. Mas eles têm que votar. O candidato de extrema direita Jair Bolsonaro é um inimigo declarado da democracia, Fernando Haddad representa o PT, que desiludiu muita gente. Essa decepção parece deixar muitos cegos perante a ameaça representada por Bolsonaro.

Die Welt (Alemanha) - Já há convites para a "última rave antes do início da ditadura"

Conhecido no passado por suas provocações abertamente misóginas, homofóbicas e racistas, o ex-paraquedista do Exército brasileiro de repente começou a transmitir uma imagem mansa, para não assustar os políticos de centro.

Nas propagandas eleitorais, apareceu como um homem de família, com especial afeição por sua filha Laura, de 7 anos. "Ela mudou a minha vida." Ele relativizou a ameaça de seu filho Eduardo contra o Judiciário e falou num fim da reeleição para presidente, para tirar força de seus críticos, que temem uma volta à ditadura militar.

Mesmo assim, alguns brasileiros parecem estar em dúvida: uma campanha comprovadamente de "fake news" lançada por pessoas imediatamente próximas a Bolsonaro assusta muitas pessoas e custou-lhe os primeiros pontos percentuais.

Der Spiegel (Alemanha) - Medo da ditadura

Haddad não conseguiu estabelecer uma frente ampla de todos os democratas. O PT está em grande parte sozinho em sua luta contra Bolsonaro. O partido tem alguma responsabilidade por isso: em vez de apoiar o político de centro-esquerda Ciro Gomes, que teria uma chance real contra Bolsonaro, insistiu em seu próprio candidato. O PT nunca fez um reconhecimento dos erros nos escândalos de corrupção no governo Lula, causando raiva nas pessoas.

Para muitos eleitores, é justamente um orador de ódio e um radical de direita que representa agora a esperança de um novo começo.

Le Monde (França) - O programa ecológico de Bolsonaro é uma escavadeira

Cerca de 30 organizações da sociedade civil brasileira publicaram um manifesto inédito, a poucos dias da eleição presidencial brasileira, alertando contra as propostas de Jair Bolsonaro para o meio ambiente, a qual consideram perigosas. O programa de Bolsonaro pode até evoluir, mas o tom está longe de ser anedótico ? e isso é observado de perto por organizações internacionais. Porque o Brasil não é um país como outros em questões ambientais: ali estão três quintos da superfície amazônica, a maior floresta tropical do mundo e maior reserva de espécies, considerada uma das maiores defesas naturais contra o aquecimento global.

Neue Zürcher Zeitung (Suíça) - Os brasileiros subestimam o perigo de Bolsonaro

Ódio e medo estão tão profundamente impregnados no Brasil que muitos eleitores veem no ultradireitista Jair Bolsonaro as chances de uma urgentemente necessária mudança. Eles subestimam, porém, o perigo que sua candidatura representa para a jovem democracia brasileira.

Diário de Notícias (Portugal) - Tsunami Bolsonaro atinge São Paulo, Minas e Rio

Líderes das sondagens nos três estados mais populosos são fãs do presidente. Das 14 unidades federativas a votar neste domingo, dez devem ser governadas por apoiantes do capitão.

La Repubblica (Itália) - Brasil, o enigma de Bolsonaro

A provável eleição a presidente do deputado militarista e homofóbico ameaça arrastar o país sul-americano para um retrocesso assustador.

Wiener Zeitung (Áustria) - Antes do choque

Neste domingo, os brasileiros escolhem um novo presidente ? ao que tudo indica, o populista de direita Jair Bolsonaro. Todas as pesquisas dão a ele uma confortável vantagem. Com grande probabilidade, o Brasil vai, em breve, ser liderado por um homem que prometeu, sobretudo, uma coisa: pôr ordem.

El Mundo (Espanha) - Ao grito de "eu sou Bolsonaro"

Os seguidores do ultradireitista o veem como a única opção para varrer a esquerda. Corrupção é a palavra mais repetida por eles. "Bolsonaro está limpo de corrupção", "ele é único que pode acabar com a corrupção do PT", dizem. Eles também concordam em outra frase: "Bolsonaro não é o melhor candidato, mas é a única opção que nos deixaram para tirar o PT do poder."

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