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Projetos brasileiros em parceria com BID não devem ser paralisados, apesar da crise

Ana Luiza Zenker<br>Da Agência Brasil<br>Em Brasília (DF)<br/>

04/11/2008 17h55

Os projetos brasileiros em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que já estão em andamento não deverão ser paralisados, apesar da crise financeira mundial. A garantia foi dada ontem (3) pelo vice-presidente de Países do BID, Otaviano Canuto, a um grupo de deputados brasileiros que acompanham em Washington as eleições para a Presidência dos Estados Unidos.

Segundo o deputado Edson Aparecido (PSDB-SP), Canuto garantiu que nem os projetos com o governo federal, nem os com Estados e municípios serão paralisados. "Apenas novos projetos é que deverão ser reanalisados pelo BID e também pelo governo no Brasil, para seu redimensionamento, mas não deve haver a princípio nenhuma paralisação", informou, em entrevista à Agência Brasil.

Os parlamentares brasileiros também se reuniram com o embaixador do Brasil na OEA (Organização dos Estados Americanos), Osmar Chohfi, e com secretário-geral da organização, José Miguel Insulza.

De acordo com Aparecido, as instituições mundiais com sede nos Estados Unidos prevêem que os reflexos da crise financeira serão muito graves, embora imprevisíveis. "Para se ter uma idéia, a economia mundial perdeu quase US$ 4 trilhões do PIB [Produto Interno Bruto] mundial", exemplificou o deputado. Para ele, Brasil e México são os países latino-americanos mais bem preparados para enfrentar a crise.

Os deputados brasileiros acompanham a votação em Washington e no Estado da Virgínia como observadores internacionais. A expectativa deles é bastante positiva, dadas as proporções do pleito, disse Aparecido. Devem ser eleitas mais de 2 milhões de pessoas, incluindo o presidente, 35 senadores, 430 deputados, governadores, representantes e xerifes de condados, entre outros. "A democracia americana é muito ampla", afirmou o parlamentar.

Aparecido destacou que cerca de 30 milhões de eleitores votaram pelo correio na última semana. "Há uma expectativa muito grande: é uma eleição histórica pelo índice de participação, que deve ser recorde, pelo aumento na participação do jovem, pela possibilidade da vitória do primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos [senador Barack Obama], pela possibilidade da vitória do [senador John McCain] McCain com a primeira mulher como vice-presidente [governadora Sarah Palin], e uma eleição que foi colhida durante a sua reta final pela crise econômica, o que também impactou muito."