Topo

Brasil deve tirar proveito da crise, diz Lula no primeiro discurso de 2009

Do UOL Notícias<br/> Em São Paulo

12/01/2009 12h52

"Eu queria que o mar estivesse tranquilo, mas eu acho que o Brasil precisa tirar proveito dessa crise", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a crise econômica mundial, em evento no Anhembi, na capital paulista.
  • Jefferson Bernardes/AE

    Lula brinca e ameaça jogar um sapato na imprensa no evento



"Não faltará dinheiro para investimento. Sou brasileiro e ainda sou presidente do país. Há razão de sobra para ser otimista. Nós temos um país muito mais arrumado do que qualquer outro para enfrentar a crise", afirmou Lula em seu primeiro pronunciamento de 2009, nas presenças da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, do governador do Estado de São Paulo, José Serra (PSDB), do prefeito de SP, Gilberto Kassab (DEM) e da governadora do RS, Yeda Crusius (PSDB).

Lula criticou ainda o discurso de contenção e corte de gastos. "Tudo o que for possível cortar em custeio, nós vamos fazer, mas tudo o que for possível para gerar um posto de trabalho, nós vamos fazer", afirmou.

"Todo mundo já se deu conta do tamanho da crise. Nós temos clareza de que o presidente [Barack] Obama está com um pepino muito grande e que ele não pode perder tempo para tomar as medidas para resolver a crise americana. E também sabe que não pode perdurar muito tempo. Nós corremos o risco de uma convulsão social. Portanto, meu otimismo vem da mais absoluta confiança de que os mais interessados nisso são os países ricos."

Lula participou da abertura da 36ª Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro (Couromoda) e recebeu de empresários ligados ao setor um agradecimento, por ter incentivado o brasileiro a continuar comprando no final do ano, mas também a cobrança por políticas que privilegiem a indústria do país.

"Se fiz discurso pelo consumismo, eu que sempre fui contra, é porque eu tenho certeza de que a economia é uma roda-gigante, que precisa ser alavancada", completou o presidente. "O otimismo não pode ser exagerado, muito menos o pessimismo."