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Aldo e Nogueira dizem não ter medo de Temer na disputa pela presidência da Câmara

Piero Locatelli<br>Do UOL Notícias<br>Em Brasília (DF)

14/01/2009 18h07

O deputado Michel Temer (PMDB-SP) disse contar com mais de 400 votos para ser eleito o novo presidente da Câmara dos Deputados. Porém, os candidatos Aldo Rebelo (PCB-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI) disseram não ter medo dos números do pemedebista.

Os cálculos de Temer incluiriam os deputados das bancadas de 12 partidos que apóiam sua candidatura para a presidência da Casa. No total, a Câmara possui 513 deputados.

"Eu não conto voto antes da eleição ou gol antes da partida", disse o deputado Aldo Rebelo, antes de afirmar que o resultado é imprevisível. Para Aldo, "o voto secreto estabelece a soberania do deputado e assegura a igualdade de todos os candidatos."

O deputado Ciro Nogueira também criticou uma possível interferência do Executivo na eleição legislativa. Os quatro candidatos da Casa, que também incluem Osmar Serraglio (PMDB-PR), fazem parte da base governista.

Lula poderia dar apoio a Temer caso o PMDB se declarasse, no Senado, a favor da candidatura de Tião Viana (PT-AC). Isso manteria o PT com a presidência de uma Casa e o PMDB, com a outra.

Até agora, porém, membros do PMDB negam que haja a influência de uma eleição de uma Casa na outra. O partido possui a maior bancada nas duas Casas.

Segundo Rebelo, há uma indisposição geral dos parlamentares para que haja uma vitória do PMDB nas duas Casas. Para ele, caso isso ocorresse, haveria um "desequilíbrio legislativo".

Cordialidade
Adversários nas urnas, Aldo Rebelo e Ciro Nogueira mostraram-se amigáveis ao se encontrarem hoje em frente ao plenário da Câmara.

"Se eu fosse para o segundo turno com ele, eu iria votar nesse homem e não em mim", disse Nogueira hoje ao abraçar Aldo. Ele também elogiou, durante entrevista a jornalistas, os outros candidatos à presidência da Casa. "São quatro grandes homens públicos", disse.

Os candidatos são alguns dos poucos deputados que estão em Brasília durante o recesso parlamentar. De acordo com Rebelo, os candidatos em campanha passam o dia inteiro fazendo telefonemas para encontrar os deputados em suas bases.

A eleição irá ocorrer na volta do recesso parlamentar, no dia 2 de fevereiro.