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Guerra nega ingerência no PSDB e garante que escolha por nomes à presidência está aberta

Rayder Bragon<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Belo Horizonte (MG)

21/01/2009 16h59

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, afirmou nesta quarta-feira (21) em Belo Horizonte que o partido ainda não fechou questão em torno de candidato à Presidência da República e que a sigla tem ampla condição de vencer a eleição de 2010 tanto com José Serra (governador de São Paulo) ou com Aécio Neves (governador de Minas Gerais). Os dois disputam a indicação.

A afirmação de Guerra serviu para minimizar declaração do presidente do DEM, o deputado Rodrigo Maia (RJ), que afirmara estar nas mãos de Serra o posicionamento dos democratas para 2010. A questão foi vista por Guerra como interferência no processo interno do partido.

"O Democratas cuida dele, nós, do PSDB, cuidamos do PSDB. Nós vamos escolher um candidato a presidente da República que pode ser o Aécio Neves, José Serra, ou ainda outro candidato se for o caso", disse.

Guerra disse esperar ter "uma aliança sólida com o DEM", mas descartou ingerência na escolha do candidato tucano. "A decisão sobre qual deve ser o candidato do PSDB e qual a preferência do PSDB é um assunto do PSDB", afirmou.

A entrevista do presidente do partido no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governo mineiro, teve o tom de desagravo a Aécio, que mostrou descontentamento ao ver seu aliado nas hostes paulistas do partido, o ex-governador Geraldo Alckmin, ser indicado por Serra para compor o secretariado. A escolha estaria sendo entendida como uma manobra do governador paulista para enfraquecer o colega mineiro na sua tentativa de pleitear a indicação dentro do PSDB. Aécio defende que sejam feitas prévias no partido.

"O PSDB não cuidou de eleição de presidente da República, não tem preferência nesse momento. Temos a convicção de que podemos ganhar a eleição com José Serra ou com Aécio Neves", ressaltou.

Guerra afirmou que a escolha de Alckmin por Serra foi um "episódio claramente paulista" e avaliou a questão como um processo local e que não teria amplitude nacional.

"Nós não interferimos nele, não tem nada a ver com a questão do PSDB nacional e (tem a ver) com correligionários de um mesmo partido, de um mesmo Estado e que têm projetos para o futuro, entre outros, a própria eleição estadual", disse.

Ao lado de Aécio, o presidente tratou de rechaçar manobra atribuída a Serra no sentido de tentar isolar Aécio.

"Não há nenhuma tentativa de isolar ninguém, muito menos o governador de Minas Gerais, que depende disso. É uma ação unificadora do PSDB de são Paulo, que é muito importante para o PSDB, no geral", disse.

O presidente revelou a possibilidade de haver prévias na legenda caso não haja entendimento em torno de um nome.

"Haverá duas alternativas, a primeira de um entendimento entre os nossos potenciais candidatos. Na falta desse entendimento, a prévia aberta, aceita, tranquila, de todos nós para a escolha do nosso candidato", reiterou.