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Em AL, terceiro deputado tem prisão decretada após deixar o cargo

Carlos Madeiro<br>Especial para o UOL Notícias

Em Maceió

08/02/2011 16h52

O Ministério Público de Alagoas informou nesta terça-feira (8) que o ex-deputado estadual João Beltrão (PRTB) teve mandado de prisão decretado pelos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital e está foragido. Ele é o terceiro ex-parlamentar que tem prisão decretada uma semana após deixar o cargo e perder o foro privilegiado.

O mandado foi expedido no último dia 3 e após a Polícia Civil realizar buscas em uma de suas residências, na manhã desta terça, em Maceió, a procura pelo ex-parlamentar foi encerrada e ele já é considerado foragido.

Segundo o MP, ele é acusado de ser um dos mandantes do assassinato do cabo José Gonçalves, crime ocorrido em março de 1996, em Maceió. O pedido de prisão foi feito pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) e pela 1ª Promotoria do Júri, que denunciou o ex-parlamentar por homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha.

O advogado de Beltrão, José Fragoso, disse que está lendo a ação e que só vai se pronunciar depois de analisar o processo.

Outras prisões

João Beltrão é o terceiro deputado a ter mandado de prisão decretado desde o dia 1º de fevereiro, por conta do fim do foro privilegiado. Na última terça-feira (1º), o ex-deputado federal Francisco Tenório foi detido em Brasília pela Polícia Federal. Para o MP, o ex-parlamentar também é um dos mandantes intelectuais do assassinato do cabo Gonçalves. Por ser delegado de carreira, ele está preso na Casa de Custódia da Polícia Civil, em Maceió. Além de Tenório e Beltrão, o deputado estadual Antônio Albuquerque (PT do B) também é acusado do mesmo crime, mas foi reeleito para o cargo.

Nesta segunda-feira (7), o MP também denunciou Tenório pelo duplo homicídio de Cícero Sales Belém e José Alfredo Raposo Tenório Filho, ocorrido em novembro de 2005, em Maceió. Segundo o MP, o ex-parlamentar foi denunciado por duplo homicídio qualificado e formação de quadrilha armada. Apesar de preso, ele teve outro mandado de prisão expedido pela Justiça.

O advogado de defesa, Fábio Gomes, disse que já deu entrada com o pedido de habeas corpus e informou que Tenório nunca foi notificado de qualquer denúncia a seu respeito. “Ele não é réu nos processos”, disse, negando a participação de seu cliente em crimes de mando.

Também na terça-feira (1º), dia em que deixou o cargo, o ex-deputado estadual Cícero Ferro (PMN) teve a prisão preventiva decretada pelo desembargador Orlando Manso, do Tribunal de Justiça de Alagoas.

Cícero Ferro é acusado de ser o autor intelectual da morte do vereador de Delmiro Gouveia, Fernando Aldo, morto a tiros durante festejos na cidade de Mata Grande, em 2007. Por conta da acusação, ele já foi preso duas vezes, mas sempre conseguiu habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O advogado de defesa de Ferro, Welton Roberto, disse que o ex-deputado é inocente. “Espero que, com o fim do mandato dele, o processo ande, porque ele está há quatro anos parado. Ele não mandou matar o Fernando”, finalizou.