Senadora petista nega ter pedido saída de Palocci
Camila Campanerut
Do UOL Notícias <br> Em Brasília
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) negou na tarde desta quarta-feira (1º) que tenha defendido, em reunião com petistas, a saída do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci do cargo devido às repercussões e pressões da oposição e da base no Congresso que reivindicam explicações sobre o aumento patrimonial dele.
“Eu participei de uma reunião fechada na minha casa com a bancada do PT e defendi que nós tivéssemos todos os esclarecimentos sobre a situação de um fato pessoal que estava afetando o governo. Não defendi a saída do ministro Palocci”, afirmou rapidamente a parlamentar antes de entrar no plenário do Senado.
Mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, Gleisi tem, em seu primeiro mandato como senadora, atuado de forma contundente na defesa dos projetos do governo federal.
Em reportagem publicada na edição desta quarta-feira na Folha de S.Paulo, ela teria sugerido à legenda a saída de Palocci, durante almoço na semana passada com a presença do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
“Tenho a certeza que ele [Palocci] vai dar todas as explicações e esclarecimentos nos fóruns competentes”, completou Hoffmann.
Palocci aumentou em pelo menos 20 vezes o próprio patrimônio entre 2006 e 2010 – período em que era deputado federal por São Paulo e prestava consultoria pela Projeto. A empresa faturou R$ 20 milhões apenas no ano passado. O ministro nega ter cometido qualquer irregularidade na condução de seus negócios privados. Ele não veio a público falar sobre o assunto, mas já encaminhou à PGR (Procuradoria Geral da República) informações sobre seus rendimentos.
Estratégia frente à CPI
A orientação do Planalto aos partidos que compõem a base aliada do governo é esperar o parecer do Ministério Público sobre o enriquecimento do ministro.
O governo tenta segurar os peemedebistas e, em especial, as bancadas evangélicas e ruralistas que usando a crise institucional para ameaçar um apoio pontual à oposição, querem instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar Palocci.
Outra ameaça é a convocação de Palocci para prestar esclarecimentos na Câmara ou no Senado - uma vez convocado, o ministro não poderia se negar a comparecer.