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Após bate-boca, deputada diz que falta respeito às mulheres na Câmara

Maurício Savarese<br>Do UOL Notícias<br>Em Brasília

28/06/2011 21h09

A primeira vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), e o líder do DEM na Casa, ACM Neto (BA), tiveram nesta terça-feira (28) uma dura discussão durante a sessão que vota contestações da oposição à Medida Provisória (MP) da Copa.

Após o confronto, a parlamentar afirmou que não presidirá nenhuma sessão até que o respeito às mulheres seja restabelecido no plenário.

A discussão começou no início da noite, minutos depois de o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), se retirar No comando dos trabalhos, Rose rejeitou um pedido de ACM Neto para abrir uma nova sessão, alegando que a solicitação era tardia, pois a votação do tema já havia sido iniciada.

No momento, já tinham sido votados dois destaques ao texto da MP, que flexibiliza licitações de obras e serviços com vistas à Copa do Mundo de 2014.

Aos berros, o líder do DEM contestou a decisão e acusou a deputada de desrespeitar o regimento interno.

O deputado, que alegava que o processo de votação ainda não havia começado, exigiu o retorno de Maia para resolver o impasse. Quando chegou, o petista referendou, de forma mais diplomática, a decisão tomada pela vice-presidente.

Assim que Maia tomou a decisão, vários deputados e deputadas governistas deram solidariedade à primeira vice-presidente e acusaram o parlamentar baiano de sexismo. “Não precisava de berrros. Mais um pouco, dava para enquadrar na Lei Maria da Penha”, disse o deputado Silvio Costa (PTB-PE).

O líder do DEM disse que preconceito seria tratar a deputada como se ela não tivesse condições de presidir a Casa. “Já tive essas discussões, dessa forma, com muitos outros que fazem parte da Mesa. Eu conheço a deputada, votei nela para o cargo, então não me venham criar confusão porque não cola”, afirmou.

Depois do episódio, a deputada desceu ao plenário para criticar o colega e anunciar que só voltará à Mesa depois de uma reunião de lideranças para determinar o tom que deve ser usado com o parlamentar que preside uma sessão. “Não dá para aceitar mais. Se queremos igualdade, temos de falar com respeito. Está faltando respeito.”