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Ex-advogado e delegado do caso Bruno querem ser vereadores em Belo Horizonte

Rayder Bragon<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Belo Horizonte

28/09/2011 17h55

O advogado Ércio Quaresma, ex-defensor do goleiro Bruno Souza, e o responsável pelas investigações do sumiço de Eliza Samudio, delegado Edson Moreira, vão se candidatar ao cargo de vereador por Belo Horizonte nas eleições do ano que vem.

Ércio Quaresma

O criminalista, que afirmou ter se livrado de vício do crack, afirmou ao UOL Notícias que o seu mandato, caso seja eleito, será pautado pela defesa da “prevenção e do tratamento de dependentes químicos”.

Flagrado em um vídeo no qual supostamente consumia a droga em uma favela da capital mineira, Quaresma chegou a ser suspenso pela OAB-MG (Ordem dos Advogados do Brasil-Seção Minas Gerais) por 90 dias, em 2010. Depois do episódio, ele deixou a defesa do goleiro.

Atualmente, no entanto, ele atua, juntamente com outros advogados, na assistência ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, acusado pela polícia de ser o executor de Eliza Samudio e um dos réus no processo.

Filiado recentemente ao PV (Partido Verde), Quaresma disse que a sua exposição na mídia durante as investigações será testada no próximo pleito. “Nós vamos verificar isso nas urnas”.

Questionado se iria abraçar alguma das bandeiras do PV, partido ligado a causas ambientais, o advogado respondeu de maneira dúbia. “Nós vamos verificar alguma coisa nesse sentido também”, afirmou..

Edson Moreira

Já o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações de Minas Gerais, afirmou ser ainda pré-candidato, mas já afia o discurso, caso alcance alguma cadeira pelo PTN (Partido Trabalhista Nacional) e afirma que as leis atuais “são mal elaboradas”

“(Vou legislar pela) segurança pública e, principalmente, muito trabalho para a população, da qual eu sou empregado. O campo aqui está ficando pequeno para eu trabalhar”, disse, referindo-se ao cargo de policial civil.

Caso venha a confirmar a candidatura, Moreira terá que se desincompatibilizar do cargo três meses antes da eleição. O policial, no entanto, disse que a visibilidade adquirida não se deveu somente ao caso envolvendo o goleiro Bruno.

“Eu sempre trabalhei e entendo que fiz ótimos trabalhos para a sociedade. Eu acho que quem trabalha com dignidade, ética e vontade, sem preguiça, sempre alcança o objetivo, que é vencer.”

Moreira procurou desvincular a exposição do caso Eliza Samudio da sua candidatura.
“Eu não vinculo. Eu já era filiado ao PDT, desde 2009, portanto, antes desse caso”, disse o delegado, para corroborar a sua atividade política.

Em seguida, ele passou a listar casos nos quais esteve envolvido nas investigações, em Minas Gerais, que, segundo ele, atraíram também a atenção da mídia, mas nenhum que se comparasse ao interesse despertado pelo caso do goleiro Bruno. Moreira disse que deixou o PDT porque o PTN deu-lhe “mais apoio”.