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Deputados querem saber se há irregularidades na investigação da morte de jornalista no MA

Assassinado em restaurante no Maranhão, Décio Sá apurava caso de pistoleiros no Estado - Reprodução
Assassinado em restaurante no Maranhão, Décio Sá apurava caso de pistoleiros no Estado Imagem: Reprodução

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

10/05/2012 15h00

Representantes da CDHM (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) da Câmara dos Deputados estão em São Luís desde esta quinta (10) para apurar denúncias de supostas falhas ou irregularidades nas investigações sobre a morte do jornalista Décio Sá, ocorrida no último dia 23 de abril.

O grupo, formado pelo presidente da comissão, deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), a primeira vice-presidente da comissão, Erika Kokay (PT-DF), além do deputado federal Severino Ninho (PSB-PE), ficará na capital maranhense até esta sexta-feira (11).

Segundo a comissão, chegaram a Brasília informações de supostos erros em detenções de suspeitos que podem estar envolvidos no assassinato do jornalista. Os três deputados federais marcaram reuniões com a cúpula da Segurança Pública do Maranhão para saber o que já foi apurado sobre o crime.

Nesses dois dias eles também vão se reunir com membros das CDHM da Assembleia Legislativa e da OAB-MA (Ordem dos Advogados do Brasil), com vereadores e com integrantes do MP (Ministério Público Estadual) e do Poder Judiciário.

A comissão afirmou que vai pedir às autoridades da Segurança Pública do Maranhão que “as investigações sejam rápidas, transparentes e acompanhadas de forma independente pela imprensa, pelos Ministérios Públicos Federais e Estaduais, bem como auxiliada pela Polícia Feral para garantir isenção, queima de arquivos ou métodos que desvie as responsabilidades dos principais executores e mandantes do crime”.

O grupo reforçou ainda que acredita que o assassinato de Sá “tem todos os ingredientes utilizados em ações do crime organizado que se mantém e se sustenta através da corrupção de recursos públicos”.

A Polícia Civil do Maranhão decretou sigilo nas investigações sobre o crime, mas os deputados federais afirmaram que vão fazer um balanço sobre as diligências e divulgar as informações apuradas. No dia seguinte ao assassinato, a polícia informou que iria divulgar os retratos falados dos dois homens envolvidos no assassinato, mas até agora nenhuma foto foi divulgada.

O crime

Décio Sá foi morto em bar localizado na avenida Litorânea, em São Luís, na noite do dia 23 de abril. Segundo testemunhas, dois homens chegaram em uma moto, um deles desceu, se aproximou do jornalista e disparou seis vezes conta Sá – quatro tiros acertaram a cabeça e dois as costas do jornalista. Ele morreu no local.

O jornalista trabalhava no jornal "O Estado do Maranhão" --pertencente à família Sarney-- e escrevia em um blog conhecido por publicar informações de bastidores da política no Maranhão. Ele também trabalhou no jornal "O Imparcial" e chegou a ser correspondente da "Folha de S.Paulo" no final dos anos 90. O jornalista deixa mulher e um filho de oito anos