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Liminar suspende audiência de Carlos Cachoeira em Goiânia

Em 22 de maio, Carlinhos Cachoeira foi até a CPI que investiga suas relações com empresas e políticos, mas não respondeu as perguntas dos parlamentares - Agência Brasil
Em 22 de maio, Carlinhos Cachoeira foi até a CPI que investiga suas relações com empresas e políticos, mas não respondeu as perguntas dos parlamentares Imagem: Agência Brasil

Lourdes Souza e Rafhael Borges

Do UOL, em Goiânia

31/05/2012 08h17

Uma liminar (decisão provisória) expedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu a audiência de instrução e julgamento do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, marcada para esta quinta (31) e sexta-feira (1º), no Tribunal da Justiça Federal em Goiânia.

A decisão acatou pedido da defesa de Cachoeira, suspeito de envolvimento com os jogos ilegais no Estado de Goiás. Ainda não foi divulgada uma nova data para a audiência.

Os advogados solicitaram a união dos processos dos convocados para a audiência. As advogadas Dora Marzo e Paula Lima Oliveira, defensoras de Cachoeira, alegaram na petição que o desmembramento dos processos prejudica a defesa porque seria impossível determinar o que houve nos outros interrogatórios, que, de certa forma, estão vinculados ao seu cliente.

Na decisão, o juiz Tourinho Neto acatou o pedido e alegou que a separação dos processos dificultará a defesa não só de Cachoeira, como a dos demais denunciados.

Na audiência, além de Carlos Cachoeira, outras 15 testemunhas (quatro de acusação e 11 de defesa) e sete réus prestariam depoimentos.

Líder

Carlinhos Cachoeira é acusado de chefiar uma quadrilha que comandava jogos ilegais, principalmente em Goiás, e de usar de influência com parlamentares, como o senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO), para manipular licitações e facilitar a entrada de empresas supostamente ligadas a ele e outros aliados nos governos do Distrito Federal, Rio de Janeiro e Goiás.

Os governadores Agnelo Queiroz (PT-DF) e Marconi Perillo (PSDB-GO) foram citados em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal durante as operações Vegas e Monte Carlo.

Os envolvidos até assumem terem falado com Cachoeira em algumas situações e motivos diversos, mas negam envolvimento nas ações do bicheiro, que está preso desde o dia 29 de fevereiro.

O senador Demóstenes Torres, que também seria um dos líderes do grupo, disse em depoimento no Congresso que não sabia que Cachoeira ainda tinha envolvimento com jogos e negou que tenha recebido dinheiro e estivesse envolvido no esquema ilícito.