Prefeito cassado e ex-primeira-dama de Campinas participam de audiência na Justiça

Começa às 11 horas desta sexta-feira (3) a terceira audiência do caso Sanasa, em Campinas (94 km de São Paulo), que apura denúncias de irregularidades e gestão fraudulenta na prefeitura da cidade . Desta vez, o juiz Nelson Augusto Bernardes ouvirá as testemunhas de defesa. São 23 testemunhas arroladas pelos réus, mas 11 delas não foram encontradas para receber a intimação judicial e, portanto, não têm presença confirmada na Cidade Judiciária.

As outras 12 testemunhas de defesa, que receberam a intimação judicial e são obrigadas a comparecer, devem ser ouvidas. Quatro dos 22 acusados foram dispensados da sessão pelo magistrado, mas os outros 18 devem comparecer. Entre os presentes, devem estar a ex-primeira-dama Rosely Nassim Santos e o prefeito cassado Demétrio Vilagra (PT).

Os réus são suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de verba pública em contratos da empresa responsável pelo tratamento de água e esgoto na cida de, situação que motivou a cassação de prefeito e vice em Campinas em 2011, deflagrando uma crise política na cidade. Uma nova audiência ocorre na próxima sexta-feira (10) também para ouvir testemunhas de defesa.

Das 23 testemunhas arroladas para audiência desta sexta, cinco são de Rosely Nassim Santos, três do ex-prefeito Vilagra, oito de Carlos Henrique Pinto, duas do empresário Gabriel Gutierrez, duas do promotor de eventos Ivan Goreti, duas do também empresário Luiz Arnaldo Pereira Maier e uma dos empresários Alfredo Ferreira Antunes e Augusto Ribeiro Antunes.

Os réus dispensados são o ex-conselheiro da autarquia Valdir Carlos Boscato; o ex-diretor de Controle Urbano Ricardo Cândia; o ex-diretor técnico da Sanasa Aurélio Cance Júnior e o empresário José Carlos Cepera.

Os outros réus não formalizaram nenhuma petição e, com isso, são obrigados a comparecer. Entre eles, a ex-primeira-dama, Rosely Nassim Santos; o prefeito cassado pela Câmara de Vereadores Demétrio Vilagra (PT); o ex-secretário de Segurança Pública Carlos Henrique Pinto e o ex-secretário de Comunicação Francisco de Lagos.

Entenda o caso

O Caso Sanasa veio à tona em maio do ano passado, quando uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime (Gaeco) prendeu preventivamente 11 pessoas, entre eles secretários municipais e ex-diretores da empresa.

A suspeita de corrupção em contratos da autarquia motivou a abertura de duas comissões processantes na Câmara de Vereadores de Campinas em 2011. Em agosto, o então prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) foi cassado e em dezembro o vice-prefeito Demétrio Vilagra sofreu impeachment.

O então presidente do Legislativo, Pedro Serafim (PDT), ficou interinamente na função até abril deste ano, quando a Câmara o elegeu prefeito em eleição indireta.