Valério tem que se preocupar com condições da cadeia e não em fazer denúncias, diz líder do PT na Câmara
O deputado federal Jilmar Tatto, líder do PT na Câmara dos Deputados, afirmou nesta terça-feira (11) que não tem sentido o publicitário Marcos Valério ser chamado para prestar depoimento no Congresso e que a preocupação dele deve ser com as condições da cadeia onde ele deverá passar um tempo e não em trazer novas denúncias sobre o mensalão.
“Não tem por que ele [Valério] vir aqui prestar depoimento sobre esse assunto. Na verdade, ele tem que estar mais preocupado com as condições dos presídios, da cadeia, de como ele vai estar lá nesse período em que ele vai ficar preso. Então, é disso que se trata e não trazer aqui um delinquente para prestar depoimento.”
Em depoimento dado à Procuradoria Geral da República em setembro e revelado hoje pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, Valério diz que o PT banca os advogados que fazem a sua defesa no julgamento do STF e que despesas pessoais de Lula chegaram a ser pagas com dinheiro do esquema criminoso, além de Lula ter dado o “ok” para empréstimos bancários que abasteceram o valerioduto.
Tatto disse que a única motivação de Valério ao fazer essas denúncias é “desconstruir o governo Lula” e associá-lo a um “processo” do qual não participou. Para ele, a atitude de Valério, apontado como operador do mensalão, é de “desespero” e não tem credibilidade.
Indagado se considerava oportuno que Lula se manifestasse publicamente sobre as denúncias de Valério, o líder petista afirmou ainda que Lula “tem os advogados, saberá se defender no momento apropriado, se é que merece resposta esse tipo de depoimento dado pelo Marcos Valério”.
Em relação ao requerimento da oposição para convocar Valério para depor em uma comissão do Senado, Tatto disse que “todas as pessoas de bem que concordam que o presidente Lula fez um bom governo e conhece a história do presidente Lula jamais vai propor ou concordar com a vinda do Marcos Valério”. Para Tatto, a oposição usa isso de “mídia para tentar aparecer”.
Tatto tergiversou quando perguntado se a base aliada vai se articular para impedir a convocação de Valério: "Não se trata disso, mas de discutir problemas ligados ao “país real, que têm a ver com a vida do povo brasileiro”.
“O Brasil tem que discutir a economia, o crescimento, emprego, a desoneração de vários setores, como estamos fazendo agora”, disse referindo-se à medida do governo para tentar reduzir o preço da energia.
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