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Feliciano tem que pedir desculpas a todos da comissão, diz líder do PSC

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

02/04/2013 11h51Atualizada em 02/04/2013 16h24

O líder do PSC na Câmara dos Deputados, André Moura (SE), afirmou nesta terça-feira (2) que bancada do partido na Casa legislativa ficou “incomodada” com as recentes declarações do deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), atual presidente da CDH (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) e disse que caberá ao parlamentar e à Executiva Nacional do PSC tomar a decisão pela renúncia ou não. 

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“Ele [Feliciano] já pediu desculpas, mas as desculpas não têm que ser com a bancada do PSC. Ele tem que pedir desculpas, aceitas ou não, a todos os membros que faziam parte da Comissão de Direitos Humanos”, sentenciou Moura. No final da última semana, Feliciano disse que a comissão era um “espaço que até ontem era dominado por Satanás”.

“O papel da bancada nós já cumprimos. Já analisamos juntamente com ele todas as manifestações em todo o Brasil, tanto as favoráveis quanto as contrárias, e já colocamos para ele a posição do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, na preocupação que tem com o andamento da comissão e o pastor Feliciano tem o apoio da Executiva Nacional do Partido”, afirmou Moura.

Moura informou ainda que a única parlamentar da bancada que integrava a comissão, a vice-presidente da CDH, a deputada Federal Antônia Lúcia (PSC-AC), aceitou as desculpas e resolveu recuar da decisão anunciada ontem (1º) de sair da comissão. A ação da parlamentar era em repúdio à  fala do deputado -- Lúcia as classificou como “desrespeitosas” .

Segundo Moura, apenas na próxima semana, com a volta do presidente da Câmara, que está em licença médica, a polêmica em torno da manutenção de Feliciano no posto deve chegar ao fim.

“A decisão agora cabe à Executiva Nacional do partido e também ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, que vai conduzir uma reunião com todos os líderes que seria no dia de hoje e foi transferida para a próxima terça- feira”, completou. 

"Oprimido e achincalhado"

Em entrevista à “Folha” e ao UOL publicada nesta terça, Feliciano disse que esperava “ser oprimido e achincalhado” na reunião com o conjunto de líderes partidários.

Questionado sobre esta possibilidade, o líder do partido do pastor disse não acreditar que Feliciano teria um tratamento desrespeitoso no encontro e que a avaliação dele “foi precipitada”. “Creio que na próxima terça-feira vamos produzir uma reunião decisiva e de bom senso para este caso”, concluiu.

O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), também rejeitou que a intenção da reunião com o colegiado fosse a de constranger Feliciano.

“Ninguém vai achincalhar ninguém. Eu jamais faria isso e jamais permitira isso. Isso é uma casa parlamentar, é uma casa de debate. O fato de ele renunciar ou não renunciar é um direito dele”, reiterou Cunha.

A sessão prevista para esta quarta-feira (3) da Comissão de Direitos Humanos foi cancelada.

A assessoria da comissão não soube informar o motivo do pedido de cancelamento. O tema da reunião era “desafio da inclusão no mercado de trabalho, assegurando a igualdade de direitos e oportunidades, sem descriminação de cor, etnia, procedência ou qualquer outra”.

Depois de enfrentar manifestações contra e a favor, na última quarta-feira (27), Feliciano conseguiu presidir uma audiência pública sobre a contaminação por chumbo em Santo Amaro (BA).

A audiência passada só conseguiu ser concluída depois da troca de salas, o reforço policial no local e a proibição da participação de manifestantes. Dois manifestantes chegaram a ser levados pela Polícia Legislativa para prestar esclarecimentos e depois liberados.