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Fim da reeleição é "quase consenso" entre partidos, diz deputado do PMDB

Carlos Madeiro

Do UOL, em Brasília

17/07/2013 15h40

O representante do PMDB no grupo que discute a reforma política na Câmara, Marcelo Castro (PI), afirmou nesta quarta-feira (17) que há temas importantes que são “praticamente consensuais”, como mandatos de cinco anos sem direito a reeleição e fim das coligações.

“Consultei os representantes de todos os partidos que formam o grupo, e alguns temas são consensuais, consolidados, podem ir direto a votação, como é o fim da reeleição, a coincidência das eleições, os mandatos de cinco anos para todos os eleitos e o fim das coligações proporcionais, que é a própria negação dos partidos”, disse.

Questionado sobre a aceitação do PT ao fim da reeleição, o deputado disse que não saberia dizer o que o partido da presidente Dilma Rousseff iria propor no grupo, mas falou que há uma ampla maioria interessada em acabar com a reeleição, o que dá força à tese.

“Não sei a definição do PT, mas quem criou a reeleição foi o PSDB, que é o partido que defende agora o fim. Os prefeitos que estiveram aqui na semana passada, segundo a CNM [Confederação Nacional dos Municípios], são contra a reeleição. Nem os mandatários querem, porque é um desgaste fora do normal, com corrupção eleitoral, denúncias. É tema praticamente consensual, amplamente majoritário”, afirmou Castro.

O maior entrave que o grupo deve enfrentar, segundo ele, é sobre o sistema de votação, que estaria longe de um consenso. “Eu fiz uma consulta a 100 deputados, e a conclusão é que ficamos contra todos os sistemas. Não somos a favor do atual, do proporcional, do voto de lista. Nenhum tem maioria. O que estamos admitindo é conjugar dois ou três sistemas”, afirmou, defendendo que a reforma só passe a valer em 2018. “Haveria um tempo de transição, adaptação.”

O representante do PP, Espiridião Amin (SC), porém, afirmou que a discussão em torno de questões polêmicas não será tão simples e consensual como prevê o deputado peemedebista.

“Todos concordam que a reforma é necessária, todos querem fazer, mas cada um tem a sua reforma política. Tudo é conflito. Não podemos esquecer que há um desejo de sobrevivência dos parlamentares que aqui estão, e dos partidos que vão fazer suas defesas até mesmo ideológicas. Será um debate intenso, e a previsão mais otimista que posso ter é que essa reforma valerá para 2016.”