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Grupo começa mal, diz petista que renunciou à vaga no comitê da reforma política

Deputado Henrique Fontana (PT-RS) em audiência na Câmara em abril deste ano - Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Deputado Henrique Fontana (PT-RS) em audiência na Câmara em abril deste ano Imagem: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Carlos Madeiro

Do UOL, em Brasília

16/07/2013 17h19Atualizada em 16/07/2013 17h26

Depois de se negar a integrar o grupo que vai debater  a reforma política na Câmara, o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) afirmou, na tarde desta terça-feira (16), que renunciou à indicação petista porque se sentiu "desrespeitado" pelo presidente Henrique Alves (PMDB-RN), e pelo seu colega de partido e coordenador do grupo, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Segundo o deputado, o grupo instituído nesta terça-feira, "começa mal”. “A partir do momento em que o partido indica meu nome, e ele é desrespeitado, fico numa posição desconfortável. Se eu fosse o deputado Vaccarezza, não aceitaria essa situação”, disse, explicando sua renúncia.

Após abdicar da vaga, Fontana acabou substituído --em cima da hora-- pelo deputado federal e ex-presidente do PT Ricardo Berzoini (SP). A escolha do novo nome foi feita pelo líder do partido na Câmara, José Guimarães (CE).

Para Fontana, a escolha de Vaccarezza foi “casuísta.” “Não à toa foi criada, pelo presidente, uma segunda vaga para o PT. Quando todos os partidos têm apenas uma indicação, criar essa segunda vaga apenas para acomodar uma indicação de alguém do presidente é casuístico e mostra a forma de fazer política do presidente, a qual critico publicamente”, disse.

O deputado citou os dois anos de estudos que fez na Câmara sobre reforma política, mas que acabaram "engavetados". Fontana acredita que o seu conhecimento de causa o fez ser indicado pelo PT para coordenador o grupo, como era previsto inicialmente.

“Vou continuar lutando pelas questões que defendo, como o plebiscito e o financiamento público de campanha. Espero que essa comissão produza mudança profunda”, afirmou.

Fontana ainda fez críticas à ideia defendida pelo presidente da Câmara de um referendo para a reforma política. “É uma ironia essa defesa de referendo feita hoje. Ele estava no meu relatório, que a liderança do PMDB fez questão de recusar. Eu tinha proposto esse referendo, com data para acontecer: setembro de 2013. Infelizmente os líderes partidários resolveram engavetar o relatório e agora falam em referendo”, finalizou.

Apesar do clima de tensão, o líder do PT na Câmara negou a existência de racha na bancada. “Claro que não [há racha]. Foi uma questão pontual. Sem crise. Não tem briga. O que teve foi uma divergência entre os dois, e essa hora é da decisão do líder”, disse.

Guimarães ainda refutou a ideia de que Vaccarezza estava se aproximando do PMDB. “O Vaccarezza é do PT, fundador do PT. O fato de o presidente [Henrique Alves] ter indicado não contraria o PT. O Fontana foi indicado por nós, não aceitou e já temos outro indicado que nos representará. Não tem crise, já constituímos a solução. A comissão começou bem, não vejo problemas”, afirmou.

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