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Câmara instala grupo para discutir reforma política com Vaccarezza como coordenador

Cândido Vaccarezza (PT-SP) será o comandante da comissão da Câmara sobre reforma política - Lula Marques/Folhapress
Cândido Vaccarezza (PT-SP) será o comandante da comissão da Câmara sobre reforma política Imagem: Lula Marques/Folhapress

Carlos Madeiro

Do UOL, em Brasília

16/07/2013 15h30

Depois de muitas idas e vindas, a Câmara dos Deputados instalou, na tarde desta terça-feira (16), o grupo de trabalho que vai analisar e propor pontos da reforma política.

O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) será o coordenador do comitê de 14 deputados, que deve apresentar em até 90 dias uma proposta alternativa à sugerida pela presidente Dilma Rousseff no início do mês.

"Vaccarezza não defenderá os interesses do partido no grupo, que serão defendidos pelo Berzoini, que é a nossa indicação. Vaccarezza foi indicado pelo presidente da casa, não escolhido por nós", disse o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE).

Por ter a maior bancada (com 90 deputados), o PT é o único partido com dois integrantes no grupo: além de Vacarezza, foi indicado o deputado Ricardo Berzoini (SP). Anteriormente, Vaccarezza disputava a liderança do grupo com o petista Henrique Fontana (RS), que acabou fora do grupo. Os demais partidos com representação na casa tiveram direito a uma indicação.

Também fazem parte do grupo os deputados Marcelo Castro (PMDB-PI), Marcus Pestana (PSDB-MG), Guilherme Campos (PSD-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Luciano Castro (PR-RR), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Júlio Delgado (PSB-MG), Miro Teixeira (PDT-RJ), Antonio Brito (PTB-BA), Leonardo Cadelha (PSC-PB), Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) e Sandro Alex (PPS-PR).

Os pontos sugeridos pelo executivo são: financiamento de campanhas, sistema eleitoral, coligações partidárias, regras para suplência no Senado e fim do voto secreto no Congresso. Temas propostos por outros partidos como reeleição e eleições unificadas ficaram fora da lista governista, mas devem ser debatidos pelo grupo.

PT insiste em plebiscito

Mais cedo, após a reunião de líderes da base aliada, o PT voltou a insistir na realização de um plebiscito a tempo de valer para as eleições de 2014. Sem a mesma ênfase da semana passada, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que a ideia de acelerar da consulta popular está mantida na forma de um plebiscito até outubro.

“Estamos numa sobrecarga, mas o PT está dizendo e se esforçando para a recolher as assinaturas. O PC do B também, mas Não sei se tem mais algum partido”, afirmou.

O PT pretende recolher a assinatura de 171 parlamentares –como prevê o regimento-- para que a proposta comece a tramitar na Câmara.

Mas os partidos da base aliada divergem em relação às perguntas que seriam feitas no plebiscito e sinalizam pela não concordância da consulta para mudar as regras das eleições em 2014.

O PDT, que inicialmente era a favor da proposta, já discorda de pontos. O líder do partido na Câmara, André Figueiredo (CE), diz que o entendimento com a proposta apresentada pelo PT está longe de um consenso.

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“O PT está apresentando um esboço que não atende ao PDT. Queremos que seja incluída o sim ou não da reeleição, e isso não está externado, por exemplo”, disse.

O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), também aponta falhas nos temas sugeridos pelo PT. “O PSB não aprova um plebiscito sem a proposta de unificar as eleições, da população votar vereador a presidente. Tem algumas perguntas que trouxeram que precisam ser melhoradas. A pergunta que tem lá questiona se o eleitor é a favor que empresa doem às campanhas, mas não trata do financiamento público. Nós demos acordo a nada”, afirmou.

A posição do partido é contrária à realização de plebiscito para eleições de 2014. “Se nesse primeiro momento não vale para 2014, por que a pressa? Nós temos dúvidas também em questões do conteúdo”, afirmou.