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Manifestantes exigem nova reunião de instalação de CPI para desocupar Câmara do Rio

Pessoas protestam na Câmara Municipal do Rio de Janeiro após o vereador Chiquinho Brazão (PMDB) ser eleito presidente da CPI dos Ônibus - Hudson Pontes/Agência o Globo
Pessoas protestam na Câmara Municipal do Rio de Janeiro após o vereador Chiquinho Brazão (PMDB) ser eleito presidente da CPI dos Ônibus Imagem: Hudson Pontes/Agência o Globo

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

09/08/2013 15h07Atualizada em 09/08/2013 16h36

Em plenária, os manifestantes que ocupam a Câmara Municipal do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (9) decidiram exigir a anulação da reunião de instalação da CPI dos Ônibus e a realização de nova sessão para instalar a comissão “de forma legítima”. Segundo os manifestantes, essa é a principal condição para que eles deixem a Casa.

Os manifestantes exigem também que a nova reunião aconteça no plenário, com acesso irrestrito a toda a população; a saída dos vereadores Chiquinho Brazão (presidente), Professor Uóston (relator), Jorginho da SOS e Renato Moura da CPI; que só possam participar da comissão os vereadores que assinaram em favor da instalação da mesma; que o autor da CPI dos Ônibus, vereador Eliomar Coelho, seja o presidente da comissão; e que todas as reuniões sejam programadas e divulgadas com antecedência e garantam a participação popular.

Dentro do prédio, correm boatos de que a Tropa de Choque da Polícia Militar está pronta para entrar no local e retirar quem está participando da ocupação. Os manifestantes usaram cadeiras para bloquear as porta do plenário e tentar evitar a entrada da PM.

Procurada pelo UOL, a assessoria de imprensa da corporação informou que, até o momento, não há orientação de retirada dos manifestantes da Câmara.

A PM informou que não há integrantes do Batalhão de Polícia de Choque na Câmara Municipal, na tarde desta sexta-feira (9). Os policiais que estão dentro do prédio são de diversos batalhões e em sua maioria do 5º BPM (centro). "O comando da PM reafirma a estratégia do diálogo com os manifestantes, e é esta a estratégia que tem de ser a prioritária", afirmou a corporação em nota à imprensa.

CPI dos Ônibus

Os vereadores elegeram o Chiquinho Brazão (PMDB) como presidente da CPI dos Ônibus, instalada na manhã desta sexta. O relator será o Professor Uóston, também do PMDB. A sessão foi encerrada pouco antes das 10h, e cerca de cem pessoas forçaram a entrada e se dirigiram ao gabinete do presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), aos gritos de "Brazão ladrão". Eles ocuparam o plenário e pedem a renúncia do presidente da comissão.

O primeiro tumulto aconteceu após o anúncio da instalação da CPI, quando as cerca de 30 pessoas que conseguiram entrar a tempo de acompanhar a sessão se levantaram e gritaram palavras de ordem contra os vereadores, que foram protegidos por seguranças. O portão de entrada da Câmara havia sido trancado antes da lotação das galerias.

Depois disso, mais de cem pessoas que estavam do lado de fora da Casa forçaram a entrada e gritaram palavras de ordem na frente do gabinete de Felippe até serem recebidos pelos vereadores. O gabinete de Brazão chegou a ser pichado.

Investigações

De acordo com o vereador Eliomar Coelho, a comissão pretende investigar a licitação, realizada em 2010, que definiu as empresas que viriam a operar, em sistema de consórcio, as linhas de ônibus da cidade.

Em 2012, o TCM (Tribunal de Contas do Município) apontou indícios de formação de cartel entre as empresas participantes do processo licitatório.

Segundo Coelho, falta transparência na relação entre o Executivo e as empresas de ônibus."Quem define a política de transportes no Rio de Janeiro não é o prefeito Eduardo Paes [PMDB], é a Fetranspor [Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado]", afirmou. "É preciso que esses políticos saiam desse profundo silêncio. "