Não tem nada mais feio que a fome, diz Lula ao elogiar Bolsa Família
Em discurso na cerimônia de comemoração dos dez anos do programa social Bolsa Família, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lançou o programa no primeiro ano do seu governo, em 2003, rebateu os críticos da ação e disse nesta quarta-feira (30) que, se tivesse que recomeçar seu governo hoje, começaria novamente pelo combate à fome.
Lula afirmou ainda que "não tem nada mais feio do que a fome". "Quando a gente começa a comer, a gente começa a ficar bonito, não fica com o rosto chupado", disse, elogiando as beneficiárias do Bolsa Família que participaram da cerimônia.
Dez anos do Bolsa Família
"Se eu tivesse que voltar no tempo hoje, começaria outra vez o meu governo pelo combate à fome, pelo Bolsa Família", disse Lula.
De acordo com Lula, "o Bolsa Família, associado a um conjunto de políticas sociais, provou que era possível, sim, acabar com a fome no nosso país". Ele declarou ainda que aqueles que criticam o programa nunca passaram fome.
O petista fez uma compilação das críticas feitas nestes dez anos ao programa. Segundo ele, foi escrito em jornais que "o Bolsa Família forma mendigos", e críticos chamavam o programa de "tragédia social", "bolsa ilusão" e diziam que era "fácil de entrar, muito difícil de sair".
Para Lula, "é mais difícil vencer o preconceito [dos críticos] do que vencer a fome"
“Eu sei que incomoda muita gente que os pobres estão evoluindo. Os pobres estão usando o maiô que só uma parte da sociedade usava. A patroa bota um perfume no jantar e a empregada vem trabalhar no dia seguinte com o mesmo perfume, não sei se é do Paraguai, mas é o mesmo perfume.”
Lula retrucou também os críticos que dizem que o programa custa muito dinheiro. "Dinheiro público aplicado em gente não pode ser tratado como se fosse gasto, mas como um grande investimento que nós estamos fazendo."
Falando, em parte, de improviso, a um público formado pela presidente Dilma Rousseff, ministros de Estado, governadores e prefeitos no Museu Nacional, em Brasília, ele provocou o riso da plateia em diversos momentos.
“Querido ministro [Guido] Mantega [Fazenda] e querida ministra Miriam [Belchior, do Planejamento], quando forem discutir o Orçamento, parem de regatear dinheiro para os pobres.”
Pouco antes dele, a ministra do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome, Tereza Campello, apresentou números e saiu em defesa do programa. Disse que, após uma década, “agora a discussão não se pode dar apenas no campo ideológico, basta de achismos, de suposições” sobre a eficácia do Bolsa Família.
“Temos dados, estatísticas, evidências, que sepultam os mitos, os preconceitos e comprovam os benefícios do Bolsa Família.”
Quando a gente come, a gente fica bonito, diz Lula sobre Bolsa Família
Ela ressalvou, porém, que estima-se que ainda há cerca de 600 mil famílias extremamente pobres fora do programa. “Vamos encontrá-las através da busca ativa.”
Com o ator Paulo Betti de mestre de cerimônias, o evento aconteceu no Museu Nacional. À noite, haverá ainda um coquetel para convidados.
Um quarteto de cordas formado por crianças beneficiadas com o Bolsa Família tocou o Hino Nacional. Um deles havia ganhado um violino do presidente Lula há quatro anos.
Após a fala de Lula, a presidente Dilma Rousseff também focou seu discurso na crítica aos rivais do Bolsa Família. "Sabemos que o ódio dos críticos do Bolsa Família é um ódio anacrônico, É uma posição antiga e obscurantista. Nós devemos ter paciência e devemos escutá-los. Ninguém que governou de costas para o povo tem legitimidade para atacar o combate à desigualdade que nós fizemos", declarou Dilma.
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