Forte ou fraca, presidente Dilma terá apoio do PTB
O presidente nacional do PTB, Benito Gama, afirma que seu partido já decidiu dar apoio formal para a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, “não é porque está forte, porque está fraco” o projeto eleitoral da petista que seu partido embarcará na coalizão.
Íntegra da entrevista (52 min.)
“Isso é ponto pacífico”, disse Gama em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da "Folha". Há chance de recuo? “Não, não há chance”, responde. Afirma também que o PTB estará pronto “para reagir, ajudar a levantar, a contornar o que aparecer”, se Dilma Rousseff enfrentar dificuldades mais adiante.
Em 2010, a petista teve dez partidos em sua coalizão eleitoral. A meta do PT é repetir esse número de legendas ou até ampliar. Haverá algumas trocas. O PSB, por exemplo, terá candidato próprio ao Planalto –Eduardo Campos. No lugar deve entrar o PTB. Outra legenda nova que será dilmista em outubro é o PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
Ex-filiado ao PFL (antigo nome do DEM) e ao PMDB, Benito Gama fez carreira sempre como opositor ao PT. Agora, mudou de lado. A convite do Palácio do Planalto, ocupa o cargo de vice-presidente de governo do Banco do Brasil.
E se Dilma for substituída no processo eleitoral pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva? “O presidente Lula hoje é um mito na política brasileira (...) A tendência nossa é continuar. Não vejo mudança”, declara. O PTB continuaria do mesmo jeito? “Do mesmo jeito. Não vejo dificuldade nenhuma nessa direção. Esse não é um complicador da nossa conversa”.
Gama, 65 anos, deve deixar seu cargo no Banco do Brasil até abril para se candidatar a deputado federal pela Bahia. Sobre o PTB receber agora uma oferta para ocupar um ministério no governo Dilma, ele responde de maneira ambígua.
Primeiro, afirma que um convite direto da presidente faria “voltar a discussão” sobre o PTB ocupar uma vaga na Esplanada dos Ministérios. Em seguida, completa com uma frase na forma adversativa: “Mas a tendência da maioria hoje no partido é de não aceitar uma participação no ministério”.
O PTB é fisiológico? Benito Gama responde com uma peroração filosófica: “A fisiologia no Brasil é a questão de governo. Não é o PTB, nem os outros partidos que querem o governo. O Brasil é governo”.
Como assim? “Todo brasileiro é governo. O empresário é governo, o grande empreiteiro é governo, o grande banqueiro é governo, a grande imprensa –não os jornalistas, que têm a opinião e escrevem sobre os fatos. O governo hoje no Brasil é o maior agente econômico, político e social. Esse fisiologismo que se associa a partidos está em todo o lugar (...) O grande empreiteiro que foi oposição no passado ao PT hoje está lá no PT. O grande banqueiro que estava contra o PT hoje está lá no governo. Não é do PT, ele é governo”.
No ano que vem, o PTB espera voltar para Brasília com 32 deputados federais (hoje tem 20) e participar do governo. Benito Gama pretende ser reeleito presidente da legenda em 2015, com o apoio de Roberto Jefferson, réu condenado no processo do mensalão e até hoje “o maior líder do partido”.
Acesse a transcrição completa da entrevista.
A seguir, os vídeos da entrevista (rodam em smartphones e tablets):
1) Principais trechos da entrevista de Benito Gama (7:13)
2) Forte ou fraca, Dilma terá apoio do PTB, diz Benito Gama (1:40)
3) Se candidato for Lula, PTB apoia do mesmo jeito, diz Benito Gama (1:12)
4) PTB reabre discussão se Dilma oferecer ministério, diz Benito Gama (2:42)
5) Roberto Jefferson é o maior líder do PTB, diz Benito Gama (0:53)
6) PTB tem 20 deputados e estima ir a 32, diz Benito Gama (1:11)
7) Articulação política do governo é feita em cima da hora, diz Benito Gama (2:18)
8) Fisiologismo está em todos os lugares do Brasil, diz Benito Gama (1:35)
10) Íntegra da entrevista com Benito Gama (52 min.)
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