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Relator da CPI da Petrobras nega que tenha orientado testemunhas

Do UOL, em Brasília

04/08/2014 18h19

O relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada no Senado para investigar irregularidades na Petrobras, senador José Pimentel (PT-CE), negou nesta segunda-feira (4), em nota, que tenha orientado os depoimentos das testemunhas convocadas para dar esclarecimentos sobre a investigação.

Segundo denúncia da revista “Veja”, representantes da Petrobras receberam com antecedência as perguntas e respostas às questões que lhes seriam feitas na CPI do Senado.

De acordo com a revista, a presidente da Petrobras, Graça Foster, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró tiveram acesso às questões e foram treinados pela equipe da empresa sobre como respondê-las.

A denúncia se baseia em um vídeo com uma suposta conversa entre José Eduardo Barrocas, chefe do escritório da Petrobras em Brasília, e Bruno Ferreira, advogado da estatal. No vídeo divulgado pela revista "Veja", Barrocas e o advogado e uma terceira pessoa, não identificada, combinam o envio prévio de perguntas e um "gabarito" de respostas aos convocados para depor na CPI.

"O relator não se reuniu e nem orientou o depoimento dos investigados", afirmou o petista em nota.  Pimentel afirmou ainda que as perguntas a serem respondidas pelos depoentes já constavam do plano de trabalho da CPI que foi aprovado em 14 de maio.

O senador disse também protocolou nesta segunda um requerimento na CPI que pede a instalação de procedimento de apuração para o “esclarecimento dos fatos e, se for o caso, atribuir responsabilidades” e outro que solicita ao presidente que peça à revista “Veja” a íntegra do vídeo que deu origem à reportagem.

O senador Delcídio Amaral (PT-MS), que também é citado na reportagem, divulgou nota para se defender das suspeitas de que teria participado da formulação das perguntas.

“Rejeito, com grande indignação, qualquer suposição de minha participação na articulação de depoimentos de quem quer que seja nas duas CPIs da Petrobras em andamento no Congresso", diz trecho da nota de Delcídio. O senador também disse que não é membro de nenhuma das duas CPIs instaladas no Congresso para investigar a estatal e que “acompanha à distância e superficialmente, pela própria mídia” os desdobramentos da investigação.

Delcídio também informou na nota que independentemente dos fatos, continuará a ser um defensor "empedernido" da Petrobras e do corpo técnico da empresa.

A oposição protocolou nesta segunda representações contra os dois senadores petistas na Procuradoria Geral da República para pedir a apuração do caso.