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Oposição vai pedir indiciamentos em relatório paralelo da CPI da Petrobras

Deputados e senadores da CPI mista da Petrobras; à direita, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) - Joel Rodrigues - 3.jun.2014/Folhapress
Deputados e senadores da CPI mista da Petrobras; à direita, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) Imagem: Joel Rodrigues - 3.jun.2014/Folhapress

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

11/12/2014 13h11Atualizada em 11/12/2014 13h20

O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) anunciou que a oposição vai apresentar, na próxima quarta-feira (17), um relatório paralelo da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista da Petrobras, que investigou uma esquema de desvio de recursos na estatal.

Ontem, o relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), apresentou o relatório "oficial" da comissão e não pediu o indiciamento de nenhum dos suspeitos de fazer parte do esquema. Sampaio diz que  relatório paralelo vai pedir o indiciamento de ex-diretores da Petrobras, políticos e empresários suspeitos de envolvimento no esquema. O deputado não elencou quantos indiciamentos pedirá, nem de quais políticos.

Ele disse que o relatório paralelo da CPI da Petrobras vai pedir o indiciamento de ex-diretores da Petrobras, empresários e políticos, entre eles Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef, do ex-deputado federal André Vargas (cassado na última quarta-feira, 10), do deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA). O relatório também vai pedir o indiciamento de empresários que aderiram à delação premiada.

De acordo com deputado tucano, o relatório apresentado por Marco Maia apresentava diversas fragilidades.

“É estarrecedor que o relator tenha apresentado como uma compra normal a compra de Pasadena [refinaria] quando todos, inclusive o TCU, defendem que este foi um dos casos de maior roubalheira do país. O simples fato de não ter pedido o indiciamento de quem quer que seja, inclusive daqueles que estão comprovadamente envolvidos no esquema de corrupção também demonstra a fragilidade do relatório”, afirmou o deputado.

Sampaio também ressaltou como "fragilidade" do relatório apresentado por Marco Maia o fato de o documento não mencionar o suposto e-mail enviado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, revelando o esquema de corrupção que estava em curso na estatal. “O relator sequer abordou o envolvimento do Palácio do Planalto, o que restou mais do que provado com o e-mail que o Paulo Roberto enviou para a Casa Civil”, disse o deputado.

O tucano afirmou que ainda não há elementos para pedir o indiciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem da presidente Dilma, ambos do PT, mas destacou que é preciso continuar investigando o caso em uma nova CPI em 2015. “Isso mostra a necessidade de instalarmos uma CPI já no início do próximo ano legislativo”, disse. 

O relatório apresentado por Marco Maia ainda precisa ser aprovado pelos membros da CPI, mas Carlos Sampaio explicou que a oposição vai tentar "derrubar" o relatório apresentado "oficial" e aprovar o texto paralelo.

"Os membros da comissão que são ligados à base do governo não têm aparecido (na comissão). Se nós tivermos a maioria simples para o quórum de instalação e tivermos a mesma maioria simples para o quórum de votação, nós podemos ter aprovado o nosso relatório paralelo", afirmou o parlamentar.