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Dilma critica clima de "quanto pior, melhor"; "Não têm compromisso com o país"

Do UOL, em São Paulo

14/08/2015 19h04Atualizada em 14/08/2015 21h24

A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (14), durante o lançamento de ações do Ministério da Cultura para a plataforma colaborativa Dialoga Brasil, em Salvador, que seus adversários políticos tentam instaurar um clima de "quanto pior, melhor" no governo e diz que isso é coisa de "quem não tem compromisso com o país".

Na sequência, Dilma aproveitou o momento para dizer que se orgulha das políticas dos governos petistas para com a região Nordeste. "Se tem uma coisa que eu tenho orgulho de ter feito como presidente, e de ter praticado como ministra, foi o que fizemos no Nordeste do Brasil. E isso eles [a oposição] não vão tirar de nós, jamais vão tirar", afirmou, sendo ovacionada pela plateia.

A Bahia é um dos Estados em que a presidente tem mais apoio, pois desde 2011 é governado pelo PT, por Jaques Wagner (hoje ministro da Defesa) e depois pelo seu sucessor e atual governador, Rui Costa, ambos presentes no evento desta sexta-feira. Por determinação do Planalto, a Polícia Militar da Bahia barrou o avanço de manifestantes contrários ao governo que tentavam acompanhar a cerimônia.

No início de seu discurso, Dilma também cutucou a oposição e citou o escritor mineiro Guimarães Rosa ao responder a uma pergunta de uma participante ao ministro da Saúde, Arthur Chioro. "Apesar da imensa desfaçatez e intolerância que recai em alguns momentos lá em Brasília, todo mundo tem que se esforçar pra manter a serenidade. Faça exercícios, acorde cedo, trabalhe muito e enfrente a vida, porque o que a vida quer da gente é coragem".

Recados duros

Durante esta semana, a presidente manteve uma agenda de eventos em que se aproximou de sua militância e fez declarações mais duras contra a oposição, na tentativa de se antecipar às próximas manifestações contra o seu governo, agendadas para este domingo (16).

Em cerimônia de entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida em São Luís, na segunda (10), disse: "O Brasil precisa, mais do que nunca, que as pessoas pensem primeiro nele, no Brasil, pensem no que serve à nação, à população brasileira, e só depois em seus partidos e projetos pessoais", declarou.

Ao final da 5ª Marcha das Margaridas, na quarta (12), em Brasília, disse que não permitiria que ocorra "qualquer retrocesso nas conquistas sociais e democráticas do nosso país", além de citar uma canção de Lenine. "E em noite assim como esta, eu cantando numa festa, ergo o meu copo e celebro os bons momentos da vida, e nos maus tempos da lida eu envergo, mas não quebro".

Em entrevista para o jornalista Kennedy Alencar, exibida na quarta-feira (12) no telejornal "SBT Brasil", Dilma reafirmou que "jamais" cogitou renunciar ao cargo. Na quinta (13), em discurso feito durante encontro com integrantes de movimentos sociais e centrais sindicais, procurou reafirmar sua ligação com os trabalhadores e os setores mais pobres. "Sei de que lado estou", declarou sob aplausos.